A Terra Indígena de Paresi, no sudoeste do Mato Grosso, lidera o ranking das dez áreas protegidas com mais focos de calor na Amazônia Legal. Localizado no município de Tangará da Serra, o território registrou 320 focos de calor, somente no segundo trimestre de 2021.
Isso significa dizer que, em média, três focos de incêndio a cada 24 horas atingiram a TI mato-grossense, que, no ano passado, já sofreu com o fogo, tendo cerca de 30 mil hectares queimados.
Esses dados fazem parte do levantamento realizado pela Synergia Consultoria Socioambiental na Amazônia Legal, divulgado pelo site Um Só Planeta. De acordo com o estudo, realizado periodicamente desde 2019 pela entidade, o Cerrado ou regiões de transição Cerrado/Amazônia foram os mais atingidos por focos de calor em abril, maio e junho deste ano.
O total de focos de calor registrado na região somou 1.481, de acordo com o relatório, que selecionou 10 áreas protegidas – cinco Unidades de Conservação (UCs) e cinco Terras Indígenas (TI) – , e fez análises a partir de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Nasa e Ministério do Meio Ambiente.
A falta de chuva prevista para os próximas meses na região só aumenta o risco de novas ocorrências de queimadas provocadas por atividades humanas.
Para Marcos de Lima, coordenador de geoprocessamento na Synergia, a situação revelado pelo relatório “é uma consequência da política de permissividade”.
“Normalmente, esses avanços [do fogo] se iniciam em áreas que não têm essa proteção, mas hoje em dia já passaram para as áreas de conservação”, afirmou Lima.