A Assembleia Legislativa do Mato Grosso deve votar na próxima semana o Projeto de Lei 16/2022, que permite a caça esportiva de animais no Estado. O PL entraria em pauta na quarta-feira, 10/08, mas foi adiado após requerimento para que fosse submetido antes à Comissão de Meio Ambiente Recursos Hídricos e Recursos Minerais (CMARHRM) da casa.
Trata-se de uma proposta que vai contra a Constituição e que, por isso, não deve vigorar, mesmo que aprovada. Mas que nos obriga a pensar: a caça ajuda ou atrapalha o agronegócio?
Para os pecuaristas, pode parecer que a caça ajuda a proteger o rebanho: com fome, onças acabam atacando o gado. Mas elas ficam com fome quando faltam outros animais, como cervos, capivaras e porcos do mato. Só que esses animais silvestres geralmente ficam escassos quando são caçados pelo homem.
Ou seja, no final das contas, a caça não ajuda. Tanto que proibir a caça de animais silvestres e reintroduzi-los no entorno da fazenda é a melhor proteção contra onças. Para outras dicas de como proteger o gado das onças, clique aqui.
Por outro lado, quando o convívio é pacífico, a onça é uma grande amiga do produtor rural. Porque ela é um marcador de biodiversidade: onde há onças, a natureza está em harmonia. Por isso, grandes produtores, como o Grupo Roncador, usam a contagem de onças para provar para o Brasil e o mundo que preservam o meio ambiente.
Vale lembrar que a caça ao javali, que não é um animal originário do nosso Brasil, é liberada pela legislação federal.