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Investigação policial impede novo “Dia do Fogo” no Mato Grosso

Investigação policial impede novo “Dia do Fogo” no Mato GrossoProprietários de Colniza estavam programando um novo “Dia do Fogo”. Foto: Reprodução

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Por muito pouco, as queimadas que consomem parte do sul da Amazônia nas últimas semanas não foram ainda piores. De acordo com  reportagem da Folha, proprietários de terra de Colniza, município localizado a noroeste do Mato Grosso, estavam programando um novo “Dia do Fogo”, com incêndios coordenados de grande escala no começo de agosto. A cidade, distante a 1.042 km de Cuiabá , é uma das maiores em números de queimadas no País.

Para despistar a polícia, os fazendeiros espalharam pela região a informação de que o novo “Dia do Fogo” ocorreria no dia 10 de agosto. Mas na verdade aconteceriam antes, de 4 a 6 do mesmo mês.

A data escolhida era uma referência ao acontecido exatos trâs anos antes, no dia 10 de agosto de 2019: produtores rurais de Novo Progresso, no sudoeste do Pará, incendiaram trechos de floresta de maneira orquestrada e ilegal, um crime ainda sem punição pelas autoridades.

A investigação sigilosa em Mato Grosso que ganhou o nome de operação Jomeri é uma ação conjunta do Gaeco Ambiental (Grupo de Atuação Especial A Contra o Crime Organizado), Promotoria de Justiça de Colniza, Dema (Delegacia Especializada do Meio Ambiente), Delegacia Regional de Juína, Delegacia de Colniza, GOE (Grupo de Operações Especiais), Batalhão de Proteção Ambiental da Polícia Militar e da Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente), de Mato Grosso.

Durante a ação, houve detenção de suspeitos (não divulgaram números), apreensão de armas de fogo, material destinado à queimadas (como luvas de proteção térmica), além de celulares e computadores.

A investigação descobriu que os proprietários chegaram a criar um esquema para afastar qualquer risco de acusação na Justiça, por meio de “laranjas” para os quais os terrenos foram transferidos. As propriedades investigadas somam mais de 300 mil hectares.

As investigações, que tiveram início no ano passado, identificaram que uma parte importante dos incêndios ocorreria na região da fazenda Bauru (Magali), em Colniza, uma área de disputa fundiária, marcada por ocupações, conflitos e confronto judicial. A ideia era que os focos de incêndio simultâneos dificultassem a identificação de autores do crime.

O uso de fogo em Mato Grosso está proibido de 1º de julho até 30 de outubro, por se tratar de período seco em que há maiores riscos de incêndios fora de controle.