Área equivalente a quase 2 vezes o estado de Sergipe foi atingida pelo fogo na Amazônia Legal, de janeiro até 7 de agosto de 2022. A análise é do Instituto Centro de Vida (ICV), elaborada com base em dados da plataforma Global Fire Emission Database (GFED/NASA).
Desses estimados 3,7 milhões de hectares queimados, 28% aconteceram em Mato Grosso, o que corresponde a 1 milhão de hectares atingidos pelo fogo no Estado durante o período analisado. Em comparação com o ano anterior, foi registrado um aumento de 6%.
O coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV, Vinicius Silgueiro, explicou que os dados disponibilizados pela plataforma foram caracterizados de acordo com biomas e categorias fundiárias dos municípios.
“Essa análise de dados é importante porque dá uma dimensão total de áreas atingidas pelo fogo, tanto na Amazônia Legal, como em uma caracterização mais detalhada que a gente fez para Mato Grosso, o estado mais afetado pelo fogo. Essas informações servem para entender quais as áreas mais impactadas, e assim direcionar políticas e ações de prevenção e combate aos incêndios florestais”, disse.
Biomas em chamas
Dessa forma, 60% das ocorrências no Mato Grosso foram no bioma Amazônia (618,6 mil ha), seguido pelo Cerrado com 39% (404,3 mil ha) e o Pantanal com 1% (6 mil ha).
Cinco municípios representam 21% do total de áreas atingidas pelo fogo no estado. São eles: Tangará da Serra (64 mil ha), Paranatinga (47,6 mil ha), Colniza (41,5 mil ha), São Félix do Araguaia (33,2 mil ha) e Marcelândia (31,6 mil ha).
Os imóveis rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) foram responsáveis por 59% das áreas queimadas (607,2 mil ha), seguido pelas terras indígenas (230,5 mil ha) e pelas áreas não cadastradas (100 mil ha).
Terras indígenas mais afetadas
Em terras indígenas, a maior área afetada por incêndios foi a TI Paresi, em Tnagará da Serra, com 61,7 mil hectares queimados. Em seguida, aparecem a TI Parabubure, entre Campinápolis e Nova Xavantina, com 39,4 mil hectares atingidos, e a TI Parque do Xingu, localizada no norte do Mato Grosso,com 28,7 mil hectares.
Com relação as unidades de conservação de proteção integral e domínio público, atualização feita com base em imagens do satélite Sentinel-2 evidencia que quase 4 mil hectares do Parque Estadual Cristalino 2 foram afetados pelo fogo.
Situação grave também é da Estação Ecológica do Rio Roosevelt, em que 1 mil hectares foram queimados. Já nas unidades de conservação de uso sustentável, a mais atingida foi a Reserva Extrativista Guariba/Roosevelt, com 5,1 mil.
Fonte: ICV
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