Agosto de 2022 será lembrado como aquele em que desmatamento na Amazônia foi às alturas, com a derrubada de 1.661 km² de floresta, um aumento de 81% em relação aos dados de 2021.
Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 9/9, pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), o mês passado ficará registrado ainda como o segundo maior do histórico recente do bioma, perdendo apenas para agosto de 2019.
O desmatamento no Cerrado no mês também ficou quase empatado com o ano passado (oscilou 3,5% para cima, com 409 km2). É também o segundo maior da série histórica iniciada em 2018.
O ano de 2022 registrou a maior taxa de alerta para um primeiro semestre em sete anos de medição na Amazônia Legal, região que corresponde a 59% do território brasileiro e que engloba a área de 9 estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão.
“O crime organizado dominou a região, e a liberação de armas para civis torna muito mais perigosa a tarefa de retomar a fiscalização e o controle do desmatamento”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Quando comparada toda a série de 2021-2022, o acumulado de alertas de desmatamento em 2022 na Amazônia foi de 8.590 km², terceiro ano consecutivo da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) que os alertam ficam acima da marca de 8 mil, de acordo com o G1.
Queimadas
Aos números de desmatamento somam-se os de queimadas, que voltaram a assolar a região amazônica com força no mês passado. O número de focos registrados pelo Inpe em agosto (33.116) foi 7% maior do que no mesmo mês de 2019 – quando o infame episódio do “Dia do Fogo” botou o Brasil no centro de uma crise internacional.
A área queimada no mês foi de 24.066 km2, um aumento de 30% em relação ao ano passado e a segunda maior desde a seca recorde de 2010 (perdendo apenas para 2019, primeiro ano de mandato de Bolsonaro).
Em uma semana, as queimadas na Amazônia também superam todo o mês de setembro de 2021. Ambientalistas lembram que o fogo é a finalização do desmatamento, e que uma coisa é consequência da outra.
O avanço da estação seca, o chamado ‘verão’ amazônico, após um primeiro quadrimestre de muita chuva, está dando aos desmatadores a oportunidade de queimar a floresta derrubada no ano passado, quando a região viu a maior taxa de desmate em 15 anos.
Fonte: Observatório do Clima
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