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Esterco de aves é o que mais reduz acidez de solo no Cerrado

Esterco de aves é o que mais reduz acidez de solo no CerradoLatossolo Vermelho é predominante no Cerrado. Foto: Marcos Bevilaqua/Embrapa

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Você sabia que estercos de aves são os mais eficientes para reduzir a acidez do solo do Cerrado?

Esta foi a descoberta de um estudo realizado por pesquisadoras da Universidade de Cuiabá. Publicado na Revista do Instituto Florestal, ele aponta que o esterco de aves foi o que apresentou os maiores efeitos redutores da acidez do latossolo vermelho, comumente encontrado no Cerrado.

O experimento foi realizado na casa de vegetação da Faculdade de Agronomia da Universidade de Cuiabá (Unic), situada no campus Beira Rio I, em Cuiabá (MT). Foram realizados três experimentos utilizando estercos de diferentes origens, com diferentes tratamentos.

Bovino, equino e de aves

Cada dose (tratamento) foi testada com a adição de esterco bovino, equino e de aves, em sacolas plásticas preenchidas com Latossolo Vermelho distrófico, com seis repetições. Ao final de 90 dias, foram avaliadas as características químicas do solo, verificando-se que a adição de esterco influenciou positivamente nessas características.

O estudo foi realizado no latossolo pelo fato desta classe ser a predominante nas condições brasileiras, em especial nos solos do Cerrado, onde está grande parte das áreas destinadas aos plantios.

As autoras evidenciaram que o aumento nas doses de esterco bovino ou equino promoveu aumento no pH do solo – com médias semelhantes para ambos – e as maiores médias para pH foram observadas após as aplicações das doses de esterco de aves. A dose recomendada de esterco de aves foi a de 30 toneladas por hectare, que apresentou semelhança com a de 40 toneladas por hectare, porém, é mais econômica.

Produtos mais baratos

Essa pesquisa, conforme explica a coautora Cristiane Ramos Vieira, ajudou a demonstrar que efeitos como estes não precisam ser obtidos apenas ao aplicar calcários. É possível, segundo ela, utilizar produtos mais baratos, como os estercos, que estejam ao alcance do produtor e em quantidade suficiente, pois estes também possuem elementos necessários para o processo de neutralização da acidez do solo.

“No entanto, sempre é válido ressaltar que as concentrações de macro e de micronutrientes podem variar em função do tipo de adubo orgânico, porque isso dependerá de uma série de fatores, como o manejo e criação do animal, a fase de crescimento em que o animal estava quando o material foi obtido, dentre outros. Aconselhamos que haja uma análise prévia do produto antes deste ser adicionado ao solo”, explica a especialista, que é engenheira florestal, doutora em Agricultura Tropical e professora no curso de Agronomia da Universidade de Cuiabá.

Esterco de aves deve ser então priorizado?

Vieira explica que, na realidade, sugere-se que o produtor utilize o material orgânico que esteja a seu alcance, já que os adubos orgânicos, em geral, modificam as características químicas e às vezes melhoram as características físicas também. Além disso, eles podem ser uma alternativa em relação aos adubos inorgânicos, o que permitirá minimizar gastos. Porém, reforça a especialista, tendo a possibilidade de utilizar, para condições de solo semelhantes às do estudo, o esterco de aves, este realmente será o mais recomendado, pois as alterações químicas obtidas serão mais próximas das que ocorreram na presente pesquisa.