HomeEcologia

Economia verde pode criar 250 mil novos empregos

Economia verde pode criar 250 mil novos empregosDocumento contém recomendações baseadas em diagnósticos detalhado. Foto: Bruno Calixto/WRI

Doença e perda ambiental: sistema alimentar traz perda de US$ 15 tri
Mundo pode atingir limite para aquecimento global em seis anos
Senado aprova adequação de política nacional sobre o clima

Um dos grandes desafios do atual e do próximo governo é a geração de empregos no País. Quem promete uma solução para isso é o pessoal do Instituto Talanoa. Eles acreditam que investir em atividades da chamada economia verde, ou seja, atividades que não pioram ainda mais as mudanças de clima, podem gerar até 250 mil novos empregos no Brasil.

O plano, ambicioso, tem 10 pontos, todos eles voltados para a descarbonização da nossa economia, ou seja, para fazer com que nosso trabalho deixe de gerar gás carbônico, o principal causador das mudanças climáticas, segundo os cientistas. O Instituto Talanoa acredita que eles têm potencial de mobilizar investimentos da ordem de R$ 91 bilhões.

O documento contém recomendações baseadas em diagnósticos detalhados, informadas pelas evidências e experiências de sucesso nacionais e internacionais, referenciadas no Acordo de Paris.

A seguir, leia as propostas da organização:

1.  Política climática no centro do poder e compromissos para todo o governo

Criar e pôr em marcha uma Secretaria Estratégica para Clima & Desenvolvimento, cuja missão principal será construir e implementar um plano de descarbonização com metas para 2025; restaurar os canais de diálogo com a sociedade; restaurar as funções da diplomacia climática e revisar a NDC.

2.  Reestruturação e fortalecimento dos órgãos ambientais

Descupinização institucional, por meio da revogação de atos infralegais que contribuíram para o desmonte ambiental no país e re-regulação.

3.  Novo plano de controle do desmatamento

Preventivo, decisivo e conectado à geração de empregos nas cidades – investir em fiscalização remota; integrar sistemas de dados; e fortalecer a economia das cidades, deixando a floresta em paz.

4.  Implementação de uma política de governança da terra

Força tarefa de definição fundiária, investimento na resolução de conflitos e na titulação definitiva em posses pacíficas, envolver as gerações mais novas na gestão das propriedades.

5.  Colocar preço de carbono nas emissões realizadas no Brasil e alavancar investimentos na nossa descarbonização

Criar sistema de comércio de emissões (cap-and-trade); tornar planos de transição mandatórios para instituições financeiras; e adotar uma taxonomia de investimentos em mitigação e adaptação.

6.  Exportações livres de desmatamento

Regular mercado nacional de carbono, criar sistema de registro e rastreabilidade de cadeias sujeitas ao risco de desmatamento e provar que bens e serviços brasileiros estão livres de desmatamento e contém baixo conteúdo de emissões.

7.  Acelerar a transição energética na mobilidade e logística

Manter exportações de combustíveis, reinvestindo as rendas na transição justa interna e na adaptação; rever a oferta permanente de blocos de petróleo em áreas sensíveis; iniciar transição justa de segmentos fósseis; priorizar modais de transporte de carga de baixo carbono e mobilidade urbana focada em transporte público e ativo.

8.  Cidadão no centro das decisões de políticas de descarbonização, com foco em preços e tarifas de energia

Remover estímulos às termelétricas, consultar populações impactadas por empreendimentos de energia renovável, revogar o Centrãoduto e aprovar o marco de modernização do setor elétrico, de modo a reduzir a conta de luz das famílias mais pobres.

9. Planejamento Espacial Marinho

Ordenar as atividades econômicas offshore e costeiras, de modo a minimizar seus impactos socioambientais e maximizar a contribuição do oceano à mitigação e adaptação climática; implementar um sistema de observação do mar brasileiro; aprovar PL do Mar e novo marco legal para a Pesca.

10. Economia Circular e Logística Reversa

Atualizar e ampliar as metas do acordo setorial de logística reversa de embalagens; monitorar e certificar ações de economia circular pelo setor empresarial; considerar circularidade como elemento fundamental da descarbonização e do cumprimento das metas climáticas de curto e longo prazo.

Fonte: Instituto Talanoa