HomeEcologia

Crise climática e pressão antrópica estão levando o Pantanal ao desequilíbrio

Crise climática e pressão antrópica estão levando o Pantanal ao desequilíbrioPantanal foi objeto de estudo de pesquisadores da região. Foto: Mario Luis Assine/Fapesp

Maior desmatador derrubou 28 campos de futebol por dia, diz PF
Brasil não deve apenas exportar energia verde, dizem ministros
Exportações de soja em MT batem recorde no 1º semestre

Com 150 mil quilômetros quadrados, o Pantanal ocupa área equivalente a 1,8% do território nacional, estendendo-se pelos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Misto de campos abertos, cerrados e florestas, a macrorregião abriga a maior planície inundável do planeta e compõe, juntamente com a região do Chaco, situada mais ao sul, um complexo de áreas úmidas com grande biodiversidade, que fornece serviços ecossistêmicos e culturais para o Brasil, a Bolívia e o Paraguai.

Mas, assim como a Floresta Amazônica e o Cerrado, o Pantanal vem sendo fortemente pressionado pela expansão da agropecuária. E, nos últimos anos, foi palco de um número sem precedentes de incêndios – a maioria deles provocada pela ação humana, com o objetivo de aumentar as áreas agriculturáveis e as pastagens.

Um novo estudo, que procura dar conta da complexidade dos processos naturais que ocorrem no Pantanal e que se tornaram mais complexos ainda nos anos recentes devido à crise climática global e à ação antrópica, foi publicado no “Journal of South American Earth Sciences” por dois veteranos na investigação científica da região:  Ivan Bergier e Mario Luis Assine.

Bergier, pesquisador da Embrapa Pantanal, em Corumbá (MS), estuda a região há 15 anos, e Assine, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro, há mais de 30 anos.

“Neste novo estudo, dividimos o Pantanal em seções, que chamamos de compartimentos funcionais, para mostrar como essas áreas se comportam diferentemente em função da hidrologia: áreas que secam mais depressa, áreas que só recebem água da chuva, áreas que combinam águas da chuva e dos rios. E como esse processo natural e recorrente está sendo fortemente afetado agora pelo aquecimento global e pela ação humana nos entornos e no interior do próprio Pantanal”, conta Assine à Agência FAPESP

Conforme o artigo, a intensidade das chuvas no verão e o número de dias secos no outono-inverno têm aumentado consistentemente, possibilitando prever uma ampliação da descarga fluvial e da carga de sedimentos nas estações chuvosas e a ocorrência de déficits hídricos nas estações secas.

Para ler mais sobre o estudo, clique aqui

Fonte: José Tadeu Arantes /Agência Fapesp