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Redução de emissões de gases do efeito estufa agora tem metodologia

Redução de emissões de gases do efeito estufa agora tem metodologiaIniciativa estimula empresas a reduzirem emissões. Crédito: Fabiano Bastos/Embrapa

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Por André Garcia

Companhias que produzem proteínas animais, óleo de palma e madeira, entre outros, terão de diminuir em 72% os gases de efeito estufa que lançam na atmosfera até 2050. O número é da Science Based Targets (SBTi), que divulgou a primeira metodologia padronizada para atividades que dependem diretamente da terra.

A iniciativa, que estimula empresas a reduzirem as emissões de gases do efeito estufa (GEE), prevê que o trabalho servirá de base para o estabelecimento ou adaptação das metas de descarbonização de mais de 360 empresas que já fizeram, ou de outras que pretendem fazer compromissos de cortes de emissões.

Ao seguirem a FLAG, sigla em inglês para as diretrizes estabelecidas no documento, estes empreendimentos se comprometem com desmatamento zero até 2025, no máximo. Isso porque, conforme o documento, 80% do potencial de mitigação do carbono depende do fim da derrubada das florestas.

De acordo com o site Reset, os compromissos também terão que incluir objetivos de curto prazo. A mudança é questão de sobrevivência dos negócios, disse Martha Stevenson, diretora-sênior da World Wide Fund for Nature (WWF) e conselheira da SBTi.

“A comercialização do nosso ambiente natural é uma fonte significativa de emissões, e o setor também é o mais vulnerável aos efeitos do aquecimento global”, afirmou ela em comunicado.

Emissões globais

Os setores que fazem uso intensivo da terra respondem por 22% das emissões globais de gases de efeito estufa. Contudo, segundo o Reset, até agora não existia um método unificado para reduzir o seu impacto ambiental.

Nova metodologia

Embora mais de 360 empresas cujas operações fazem uso intensivo da terra já tenham feito compromissos públicos pela SBTi, suas metas não incluíam perda de vegetação ou emissões relacionadas ao uso de insumos agrícolas, por exemplo, por falta de uma metodologia.

O frigorífico Marfrig está entre estes casos. Os planos da companhia, que receberam o selo da SBTi em maio passado, envolvem o corte de 33 das emissões para cada animal abatido até 2035.

Como a nova metodologia não estava pronta quando a estratégia foi chancelada, o compromisso da empresa ainda não inclui ganhos relacionados à recuperação de áreas degradadas ou a adoção de sistemas que integram lavoura e pecuária.

SBTi

A SBTi, uma entidade independente e sem fins lucrativos, é formada por um conjunto de ONGs climáticas, incluindo o incluindo o CDP (Carbon Disclosure Project, WWF e World Resources Institute. A organização trabalha para que as companhias adotem metas baseadas em ciência para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e frear o aquecimento global.

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