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Artigo: Por que o sistema ILP veio para ficar

Artigo: Por que o sistema ILP veio para ficar

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O Gigante 163 convida diversos especialistas, produtores e influenciadores para colaborar com conteúdos que interessam os nossos leitores – profissionais do agronegócio.

Semana passada falamos do papel da agropecuária na preservação do meio ambiente. Esta semana, em plena semana de COP 27, trouxemos uma matéria falando sobre uma solução para esta preservação – O sistema ILP (Integração Lavoura-Pecuária). E ninguém melhor para falar de bem estar animal e do planeta, que Léo Lorentz. 

Médico veterinário e influenciador digital, trabalha na fazenda da família com pecuária de corte e agricultura, integraçãoLavoura/pecuaria. Posta seu dia a dia na fazenda mostrando o ciclo completo da pecuária de cria, como reprodução e manejo com os bovinos, além dos outros animais da fazenda, ovinos, suínos e aves! Fundador e diretor do Instituto Vale Rico, um criadouro conservacionista de fauna silvestre, que tem como um dos seus objetivos principais unir o agro e o meio ambiente! Léo é médico veterinário e influenciador digital, trabalha na fazenda da família com pecuária de corte e agricultura, integração lavoura-pecuaria. Posta seu dia a dia na fazenda mostrando o ciclo completo da pecuária de cria, como reprodução e manejo com os bovinos, além dos outros animais da fazenda, ovinos, suínos e aves! É também fundador e diretor do Instituto Vale Rico, um criadouro conservacionista de fauna silvestre, que tem como um dos seus objetivos principais unir o agro e o meio ambiente!

Encontre outras matérias de convidados aqui, e aproveite o artigo de Léo abaixo. 

Cada vez mais estamos escutando falar sobre integração lavoura-pecuária, um manejo que vem despertando interesse de muitos produtores, sejam eles agricultores ou pecuaristas. Podemos pensar em integração a partir de dois pontos: um é o produtor de grãos que resolve otimizar a produção de suas áreas nos períodos de seca e o outro é o pecuarista que resolve renovar suas pastagens através da agricultura. Conhecendo esses dois pontos, vamos entender melhor sobre o que tem feito os produtores mudarem seus sistemas de produção.

Partindo do ponto de vista do pecuarista, podemos observar uma mudança no comportamento desses produtores nos últimos anos: os sistemas estão ficando cada vez mais intensivos e o pecuarista tem se preocupado muito com a produção de alimento/volumoso dos animais. O preparo das áreas para plantio, correção de solo, adubação e uso de variedades mais exigentes de pastagens estão se tornando práticas mais comuns dentro das propriedades. Isso fez com que os custos de renovação das pastagens aumentassem muito e, com o retorno mais lento do ciclo da pecuária, os pecuaristas passaram a adotar a prática da integração lavoura-pecuária.

“Se já estou fazendo preparo de área, correção de solo, adubação, por que não entrar com agricultura primeiro e depois a pastagem?” Com esse pensamento, os pecuaristas viram que vale a pena passar a integrar suas propriedades, produzir seus próprios grãos, diminuir os custos da pecuária e trazer mais rentabilidade ao negócio. Não podemos deixar de ressaltar que, em áreas onde foi realizado agricultura por alguns anos, a qualidade e a produção da pastagem superam as de áreas onde é realizado somente o plantio direto do capim. Em algumas regiões do país, é possível fazer duas safras de grãos e uma de pastagem no mesmo ciclo. O plantio da soja, posteriormente do milho safrinha junto à pastagem, está fazendo com que os pecuaristas aumentem ainda mais a lucratividade das fazendas e passam a ter mais disponibilidade de alimento volumoso nos períodos de seca, trazendo ainda mais rentabilidade e mostrando que essa prática faz com que a fazenda produza em todos os períodos do ano.

E claro que esse sistema também despertou o interesse dos agricultores. Ao invés de deixarem suas áreas “paradas” no vazio sanitário ou nos períodos de seca, muitos passaram a integrar com a pecuária. Os produtores de grãos começaram a fazer parte, geralmente, dos sistemas de recria e engorda, e assim trazendo mais uma safra dentro do mesmo ciclo e mais rentabilidade.

E essa rentabilidade dos agricultores não ficou somente com a produção de @ por hectare. Estudos já comprovam que a realização da integração lavoura-pecuária fez com que aumentasse também a produção de sacas de grãos por hectare. Intercalar a pecuária com a produção de grãos faz com que os solos fiquem com mais cobertura, consequentemente mais matéria orgânica, melhorando a microbiota do solo e aumentado a produção de grãos nessas áreas e, mais uma vez, aumentando a lucratividade das propriedades.

E não posso deixar de falar sobre sustentabilidade. Com o manejo de integração lavoura-pecuária, podemos também começar a pensar em créditos de carbono, em pecuária de baixo carbono, em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), comércios que prometem muito crescimento nos próximos anos.

E a integração lavoura-pecuária vem aquecendo ainda mais o mercado do agro. É uma técnica que envolve muitos profissionais, como, agrônomos, médicos veterinários e zootecnistas, além de empresas de insumos de diversos ramos. Independe de qual ponto for a partida para a integração, é importante que os produtores procurem sempre orientação técnica especializada para que todos os processos sejam feitos de maneira técnica e corretamente.