Combater o desmatamento na Amazônia já não é mais suficiente para que a nossa floresta contribua efetivamente no enfrentamento à crise climática. É preciso reflorestar em larga escala para recuperar vastas áreas degradas.
Pensando nisso, um grupo de pesquisadores lançou a ideia de criar um “corredor verde” de reflorestamento no sudeste, sul e leste da floresta, a partir da Colômbia, passando por Peru e Bolívia, até o Maranhão. Esse corredor substituiria o que hoje é um grande arco de desmatamento, áreas em que a derrubada de árvores avança rapidamente floresta adentro.
A Amazônia já perdeu 17% de sua floresta e aproxima-se do chamado ponto de não retorno, a partir do qual não consegue se regenerar e transforma-se em uma savana.
“Restaurar a floresta é essencial para o equilíbrio climático”, disse o climatologista Carlos Nobre, co-chair do Painel Científico da Amazônia, em evento na COP 27, quando foi lançada a proposta. Ele ressaltou, no entanto, que o plano precisa de investimento financeiro.
“Isso não custa pouco. Estamos falando de dezenas de bilhões de dólares. Precisamos trazer o mundo dos investimentos públicos e privados para fazer a restauração”, afirmou Nobre.
A proposta prevê sete passos, que começam com atingir desmatamento zero até 2030 e passam necessariamente pela resolução da questão fundiária.