O Brasil exportou, há menos de uma semana, quase 70 mil toneladas de milho para China. O envio da carga do cereal brasileiro, o primeiro a ter como destino o país asiático, é um marco para o agronegócio brasileiro, que quer crescer e se consolidar no mercado chinês.
Tem tudo para conquistar isso, desde que redobre a atenção para as questões fitossanitárias. O alerta é de Sérgio Mendes, diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
“A ‘lupa’ da China é grande. Eles têm exigências muito peculiares, vão olhar com todo o rigor para a nossa mercadoria e esperam que a nossa qualidade seja, no mínimo, satisfatória. Vejo essa como a principal preocupação dos exportadores neste momento”, disse Mendes ao Valor.
Mendes destaca que é preciso reforçar todos os cuidados para que não se repita com o milho o que aconteceu com a soja em 2004. Naquele ano, a China suspendeu por mais de dois meses as importações da oleaginosa brasileira, alegando ter encontrado vestígios do fungicida Carboxin nas sementes destinadas ao consumo humano. O prejuízo foi mais de US$ 1 bilhão com a suspensão das vendas, segundo o Ministério da Agricultura e entidades do setor.
A China abriu mão, para os primeiros embarque, do monitoramento das lavouras brasileiras para o míldio, doença provocada por organismos parecidos com fungos, mas não o fará para as cargas de 2023.