Você sabia que existe relação entre as queimadas florestais e o aumento no número de casos de covid-19?
O estudo ‘Covid-19 e Queimadas na Amazônia Legal e no Pantanal – aspectos cumulativos e vulnerabilidades’, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estabelece essa relação ao apresentar um aumento nos casos de coronavírus em regiões onde ocorreram incêndios florestais, como nas áreas da Amazônia Legal e do Pantanal.
E um dado alarmante para nosso Estado: das três áreas consideradas vulneráveis para casos da doença devido às queimadas, duas são em Mato Grosso, onde 14.965 pessoas morreram por causa do vírus. E entre os 40 municípios do Brasil que mais sofrem com o impacto do fogo, 16 foram de Mato Grosso, representando 40% do total. As informação são do G1.
Diante desses números, o Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, que acompanha a evolução das queimadas na Amazônia e no Cerrado desde 2010, notou uma tendência de aumento de doenças respiratórias nessas regiões, no mesmo período de diminuição de chuvas, queda de umidade, ocorrência de queimadas e contaminações por diversos poluentes.
Esse era o cenário ideal para o aumento do potencial inflamatório da covid-19 nas vítimas que faziam parte das regiões estudadas.
A doença já matou mais de 689 mil brasileiros desde o início da pandemia, em março de 2020.
Queimadas e doenças respiratórias
A correlação entre queimadas e casos de Covid-19, aponta o estudo publicado no livro “Covid-19 no Brasil”, pode ocorrer por causa da fumaça, demais poluentes do ar e gases de efeito estufa emitidos durante o processo de queima, como o material particulado – que pode agravar infecções respiratórias e ainda afetar o sistema circulatório nas pessoas expostas.
Estudos preliminares realizados em Pequim, na China, identificaram aumento de 6% no risco de morte pelo coronavírus na região, quando havia exposição prolongada ao material particulado fino, por um período de cinco dias.
Uma outra pesquisa da Fiocruz identificou uma elevação de 30% na internação de crianças por doenças respiratórias na Região Norte do Brasil. Elas moravam próximo à áreas de queimadas, dado que foi comparado com a população residente em outras áreas.