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Destruição florestal tem a terceira pior marca em dezembro de 2022

Destruição florestal tem a terceira pior marca em dezembro de 2022Mais de 218 km² de vegetação foram destruídos em dezembro. Foto: Greenpeace

Mato Grosso teve 1 mihão de hectares queimados de janeiro a agosto
Degragação na Amazônia atinge 2.846 km² e é a maior em 15 anos
MT é o terceiro no ranking de destruição da Amazônia

O desmatamento comprometeu 218,41 km² de vegetação da floresta Amazônica em dezembro do ano passado, o último sob a gestão de Jair Bolsonaro e em mais um recorde negativo de seu governo. Os dados são do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que emite alertas para o combate do desmatamento em tempo real.  Se considerada a série histórica, com início em 2015, é a terceira, atrás de 2017, que registrou 287,51 km², e de 2015, que teve 266,29 km².

Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, analisou os reflexos da devastação.

“Os alertas de destruição da Amazônia bateram recordes históricos nos últimos meses, deixando para o governo Lula uma espécie de desmatamento contratado, que vai influenciar negativamente os números de 2023”.

Piores números

Em seu último balanço de 2022, que não compreendeu o mês de dezembro, o Imazon alertou que as florestas brasileiras amargaram os piores números dos últimos 15 anos.  De acordo com o instituto, assim como o acumulado do ano, o desmatamento em novembro foi o pior desde 2008, quando foi implantado o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), que monitora a floresta por imagens de satélite. E quase metade da derrubada registrada no mês em toda a Amazônia ocorreu apenas no Pará: 276 km² (47%). O Mato Grosso ocupou a segunda colocação, com 82 km² de floresta destruídos (14%), e o Amazonas a terceira, com 66 km² (11%). Juntos, esses estados somaram 72% de toda a devastação na Amazônia Legal.

Queimadas

Os alertas de queimadas foram altos também. Em 2022, a Amazônia teve o pior dia de queimadas em 15 anos, com 3,3 mil focos.  O Cerrado, bioma também presente no Mato Grosso, também queimou. Entre janeiro e setembro de 2022, somou 5.408.154 hectares desmatados.

“Boiadas se passaram no lugar onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em sua posse nesta semana, Segundo ela, o estrago não foi maior graças ao comprometimento de diversos atores, entre os quais estão organizações da sociedade, servidores públicos, ambientalistas, parlamentares e setores do poder judiciário. Ela anunciou a criação de uma secretaria de combate ao desmatamento.