Você sabe o que é um sítio bioarquitetônico? É uma propriedade que associa conforto, beleza e funcionalidade de forma integrada e em harmonia com o ecossistema.
O produtor Genival Soares dos Santos, que vive com a família no Projeto de Assentamento Nova Conquista, lote 19, no município de Nova Olímpia, virou referência na região. Seu sítio Bilui Bio contou com a assistência técnica da Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) que o orientou na implantação do sistema de piqueteamento, produção de adubo orgânico e compostagem. O objetivo é ajudar no manejo adequado da pastagem e na qualidade de vida dos moradores.
O produtor tem um rebanho de 33 cabeças de gado – parte pra leite, parte pra corte – e procurou a Empaer por dificuldades no manejo da criação, principalmente na ração. Ao tomar ciência do problema, o técnico Irapuan Rodrigues da Silva montou um projeto que consiste no manejo rotacional, com 13 piquetes em uma área de quase dois hectares, além da implantação da capineira capiaçu, para garantir o alimento aos animais durante o período de seca. O técnico frisa que, como a agroecologia está muito presente nos hábitos dos moradores, o projeto foi adaptado para não haver necessidade de abrir novas áreas.
Hortaliças e cereais
Na produção de adubo orgânico e compostagem está à frente a técnica Claudineia Marcela de Souza. Ela explica que o processo vem para complementar e facilitar o plantio das hortaliças e cereais consumidos pelos moradores.
“A compostagem é conhecida como o processo de reciclagem do lixo orgânico, transformado em adubo natural, que pode ser usado na agricultura, em jardins e plantas, substituindo o uso de produtos químicos. O processo também contribui para a redução do aquecimento global”
Para Genival, a experiência ampliou seu conhecimento. As paredes da sua casa são de adobe confeccionado com casas de cupim, encontradas em todos os pastos. Uma parte do telhado é verde com vegetação, entre exemplares de pitaya e outros cactos. As vigas de sustentação são de madeira de demolição e restos de troncos e pedras da Serra Tapirapuã, além do piso de tocos de peroba. Uma parte da casa é em alvenaria tradicional, por exigência da companhia de energia para viabilizar a luz.
“Minha meta é ter uma propriedade 100% bioarquitetônica e ser referência principalmente para produtores rurais de assentamentos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Estou montando os piquetes aos poucos, porque uso madeira de refugo e reaproveitadas”, conclui.
Fonte: Empaer-MT