Mato Grosso lidera o abate de bovinos, com 15,8% da participação nacional, seguido por São Paulo (11,7%), Goiás (10,7%) e Mato Grosso do Sul (10,3%). No Brasil, a atividade aumentou 11,9% no 3º trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A melhoria desse quadro conta com o fomento de novos conhecimentos por meio da pesquisa científica promovida pelo Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (Nepi), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus de Sinop.
O trabalho junto a instituições do setor começaram em setembro do ano passado na Fazenda Experimental da Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACNMT), em parceria com a Nutron/Cargill. FS Bioenergia e do Instituto Mato Grossense da Carne (IMAC) também apoiam a iniciativa.
Foram avaliados o desempenho nutricional e produtivo dos animais e os resultados preliminares apontam taxas de ganho de peso que poderão auxiliar o pecuarista na tomada de decisão quanto ao custo-benefício. A pesquisa de campo contou com 176 bovinos da raça Nelore, com o “resgate” de bezerros, na transição entre a estiagem e o período de chuva, quando foram confinados para apresentarem duas taxas de ganho de peso, 0,75 e 1,20 kg por dia.
“Os animais foram para área de pastagem e subdivididos em quatro grupos que receberam suplemento mineral aditivado ou suplemento proteico-energético.Na última fase todos os animais foram para o sistema de terminação intensiva a pasto (T.I.P.) receberam mesma quantidade de suplementos até o final quando foram abatidos para avaliação de carcaça e coleta de amostras de carne”, explica Kamila Andreatta, coordenadora do Nepi.
Andreatta conta ainda que os dados servirão para determinação do consumo de cada animal, a digestibilidade das dietas, dentre outras informações relacionadas à parte nutricional. Como resultado positivo, a pesquisadora informa que não houve o chamado “boi bolinha”, ou seja, aquele animal com excesso de deposição de gordura corporal durante a recria, e que apresenta, consequentemente baixo peso de carcaça.
“Outra avaliação que fizemos, previamente, é que há tendência, nos animais que ganharam mais peso, de ter uma carne melhor e com teor de maciez perceptível para qualquer classe econômica, e 63% dos animais estavam abaixo dos 18 meses”, diz.
A próxima etapa compreenderá de análises das amostras coletadas que serão realizadas no Laboratório do Núcleo de Estudos em Pecuária Intensiva (LabNEPI) do Campus de Sinop.
Fonte: UFMT