Por André Garcia
Em Mato Grosso, 62% da área dos alertas de desmatamento ocorre em regiões com atuação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT). É o que mostra o cruzamento espacial de dados publicados pelo MapBiomas desde janeiro de 2019, com as autorizações de desmatamento, autos de infração, áreas embargadas e desembargadas pela Pasta.
Os números foram divulgados na terça-feira, 12/4, e apontam ainda que, considerando os últimos quatro anos, o registro de alertas de desmatamento no Estado é de 16.632, dos quais 685 possuem autorização, 2.434 envolvem auto de infração, 4.409 ocorrem em área com embargo e 76 em área com desembargo. Já o número de alertas com indício de ilegalidade sem ação do poder público é 11.139.
As informações referentes às infrações identificadas por desmatamento ou fiscalização foram reunidas no Portal de Transparência da SEMA-MT e integram o novo módulo da plataforma do MapBiomas, o Monitor da Fiscalização. Por meio dele, observa-se que a área dos alertas de desmatamento com autorização ou fiscalização é de 463.636 hectares, enquanto a área de alertas sem autorização ou fiscalização é de 284.138 hectares.
A transparência ativa é um dos gargalos para acompanhamento das ações de combate ao desmatamento ilegal. Por isso, o Monitor conta com dados atualizados e em formato adequado por enquanto para dez estados e do governo federal. É o que explica a pesquisadora do Instituto Centro de Vida (ICV) e coordenadora da plataforma, Ana Valdiones.
“De forma geral, o que os dados dos dez estados monitorados mostram é que o país ainda tem um alto índice de ilegalidade, apesar do avanço de alguns estados, e que precisa melhorar muito na sistematização e publicização das ações de combate ao desmatamento desempenhadas pelo poder público”, disse.
De acordo com o levantamento, 72,6% da área dos alertas de desmatamento validados e publicados pelo MapBiomas entre 2019 e 2022 possuem indícios de ilegalidade e não cruzaram espacialmente com ações de fiscalização. Isso significa que apenas um em cada quatro hectares desmatados nos últimos quatro anos possuía autorização ou uma ação de fiscalização sobreposta.
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