Por André Garcia
A coexistência entre as mais de 1.200 espécies de animais e 4.700 plantas catalogadas no Pantanal pode garantir o desenvolvimento sustentável da região. Safari noturno, visitação de onças, contemplação de araras e passeio de barco entre os jacarés e ariranhas estão entre as atividades com potencial para fortalecer a rede do ecoturismo.
Este tipo de viagem vem crescendo no Brasil e é mais um exemplo escolhido pelo Gigante 163 para celebrar a diversidade biológica e mostrar como a conversação da biodiversidade se converte em ganhos para diferentes setores.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o ecoturismo e o turismo de aventura motivaram uma em cada quatro viagens domésticas no Brasil em 2022. Além disso, o Ministério do Turismo (MTur) estima de 18,6% dos turistas estrangeiros sejam atraídos ao país por estas possibilidades.
Já o Sebrae, aponta que o turismo brasileiro faturou R$ 208 bilhões entre janeiro e dezembro de 2022, alta de 28% na comparação com 2021, quando o total chegou a R$ 162,6 bilhões.
Os números dão um bom sinal para a rede de hotéis, pousadas, restaurantes, pescadores artesanais e piloteiros de barcos que transportam turistas pela maior planície tropical alagável do mundo. São também um alerta para a necessidade de conservação da fauna e flora locais, fontes de todo este potencial.
Não à toa, o ecoturismo tem papel importante na superação da tragédia ambiental causada pelas queimadas de 2020, já que a formação de uma consciência ambientalista por meio da experiência voltada ao bem-estar das populações locais e ao respeito à natureza é a base desse segmento.
Quem sabe bem disso é o sócio do Refúgio Ecológico Caiman, Roberto Klabin. Pioneiro do ecoturismo na região, empreendimento, fundado há 30 anos em Miranda, no Mato Grosso, busca levar aos visitantes uma imersão ao bioma junto ao cuidado com o meio-ambiente. Foi o que explicou ao Guia do Turismo do MTur.
“O turismo de observação da vida selvagem, o turismo rural, de voluntariado em projetos de restauração ambiental, a reconexão com a natureza. Todas essas modalidades encontram no Pantanal um destino certo e seguro”, disse.
Já o guia Ailton Lara administra a pousada Pantanal Jaguar Camp, em Poconé, Mato Grosso, e a agência de turismo Pantanal Nature, situada em Cuiabá. A estrutura da pousada, que tem como atividade destaque o passeio para observação de onças pintadas, é licenciada pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso.
“É um trabalho em prol da biodiversidade, geramos mais conhecimento em história natural pensando nas presentes e futuras gerações. Fazemos turismo para o amanhã.”
Investimentos
Especialistas apontam que a geração de renda localizada é importante tanto para evitar a devastação do bioma, quanto para manter a cultura de comunidades indígenas e ribeirinhas que vivem ali. Estes representantes podem ser beneficiados, por exemplo, por investimentos de U$ 400 milhões oriundos do programa Bid Pantanal.
Como mostrado pelo Gigante 163, o anúncio foi feito pelo ministro da Pecuária e Abastecimento (Mapa), nesta segunda-feira, 22/5. As ações propostas incluem diferentes frentes, como saneamento básico, implantação de aterros sanitários e abertura de estradas.
De acordo com Fávaro, o valor será dividido entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, promovendo ações e projetos que contribuam para a conservação da biodiversidade, com o uso sustentável dos recursos naturais e com o fortalecimento da economia local.
Além disso, de acordo com o Sebrae-MT, a Feira Internacional do Pantanal (FIT-Pantanal), que reuniu operadores de turismo em Cuiabá no mês de maio, gerou uma expectativa de volume de negociações na ordem de R$ 10,2 milhões e de US$ 262 mil com operadores internacionais para os próximos meses.
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