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Amazônia e Cerrado têm maior estoque de carbono no solo do Brasil

Amazônia e Cerrado têm maior estoque de carbono no solo do BrasilPesquisa mostra que cobertura nativa é fundamental. Foto: Fabiano Bastos/Embrapa

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Por André Garcia

Amazônia e Cerrado são os dois biomas brasileiros com maior estoque de carbono orgânico do solo (COS), totalizando 27,9 das 37 bilhões de toneladas (gigatoneladas – Gt) existentes no Brasil. Os números, divulgados pelo MapBiomas nesta quarta-feira, 21/6, consideram o período entre 1985 e 2021.

O mapeamento, inédito no mundo, aponta um caminho para aprimorar o entendimento da dinâmica de captura e emissão de carbono no solo, o que é fundamental para o monitoramento do impacto da implementação das práticas de agricultura de baixo carbono no Brasil.

Como já mostrado pelo Gigante 163, o modelo está em alta nos discursos de representantes do Governo Federal e de grandes empresários do setor, podendo garantir, além de investimentos no mercado de carbono, redução de juros e aumento no prazo de financiamentos como o Plano Safra.

Segundo o levantamento, a Amazônia lidera o ranking nacional com 19,8 Gt. Desse total, 17,4 Gt COS ficam em áreas naturais, enquanto apenas 2,4 Gt COS estão em áreas antrópicas, ou seja, que sofreram intervenção humana. O estoque médio por hectare em formações florestais é de 50 t/ha e nas áreas de pastagem, de 40 t/ha.

Já no Cerrado, a savana mais biodiversa do planeta e segundo maior bioma do País, a soma chega a 8,1 Gt COS em 2021, sendo 3,8 Gt COS nas áreas antrópicas e mais da metade (4,3 Gt COS) em áreas naturais. Além disso, o bioma apresenta o maior estoque médio 39 t/ha.

Crédito: MapBiomas

Os números também reforçam a necessidade de preservação da cobertura de vegetação nativa dos biomas brasileiros, já que quase dois terços (63%) do carbono está estocado em solos sob cobertura nativa estável (23,4 Gt COS). Por outro lado, só 3,7 Gt COS podem ser encontrados em áreas convertidas.

De acordo com a professora Taciara Zborowski Horst, uma das coordenadoras do mapeamento, o trabalho visa desvendar a evolução dos recursos do solo ao longo do tempo e do espaço, adotando uma abordagem científica aberta e colaborativa.

“Ainda é uma versão beta, sujeita a muitos aprimoramentos, mas é um avanço importante no mapeamento digital de solos e oferece subsídios valiosos para a conservação e uso sustentável do solo no Brasil”, diz.

O solo é um dos quatro grandes reservatórios de CO2 do planeta, junto da atmosfera, dos oceanos e das plantas. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), um terço dos solos do mundo está moderado ou altamente degradado.

 

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