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Novo calendário de plantio de soja desagrada produtores de MT

Novo calendário de plantio de soja desagrada produtores de MTFerrugem asiática pode causar danos de até 905 na produção. Foto: Mapa

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Por André Garcia

O calendário de semeadura de soja para o ciclo 2023/2024 estabelece que o plantio seja realizado entre 16 de setembro e 24 de dezembro em Mato Grosso. As datas, definidas nesta terça-feira, 11/7, com a publicação da Portaria nº 840 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), encurtam a janela para o plantio no Estado, principal produtor do País.

De acordo com o Ministério, a mudança leva em consideração a análise dos dados relativos ao levantamento do Consórcio Antiferrugem, que detectou expressivo aumento nos relatos da ferrugem asiática na safra 2022/23, em função do regime de chuvas ocorrido à época.

A alteração, contudo, não agradou os sojicultores mato-grossenses. Ao Globo Rural, o presidente da Aprosoja-MT alegou que a medida é benéfica apenas para os grandes produtores e empresas que comercializam sementes. Além disso, afirmou que o setor não foi consultado sobre as novas datas.

Nas últimas duas safras, o calendário chegou a ser alvo de disputa judicial e a regra, que valia até 3 de fevereiro, foi contestada na Justiça. Assim, em setembro de 2022, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), em decisão unânime, alterou a janela, fazendo valer o período de 16 de setembro a 31 de dezembro.

Em janeiro do ano passado, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) reiterou ao Supremo Tribunal Federal (STF) seu posicionamento contrário à ampliação da janela para o plantio de soja no Estado, em razão do grande risco que a extensão sequência ininterrupta de lavouras a campo traz à sustentabilidade da cadeia.

Desta vez, o Mapa reforçou que período adotado pela Secretaria de Defesa Agropecuária, limitado a 100 dias, segue recomendação da Embrapa e faz parte das estratégias de manejo da praga, “visando minimizar eventuais prejuízos aos sojicultores e demais atores envolvidos na cadeia produtiva da soja.”

Segundo o Mapa, a doença é uma das mais severas que incidem sobre a cultura, podendo ocorrer em qualquer estágio fenológico. Nas diversas regiões geográficas onde a praga foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.

O Ministério também reforça o alerta emitido em abril sobre a necessidade de um esforço conjunto por parte tanto dos produtores, quanto dos Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Vegetal de cada unidade da Federação quanto à revisão das finalidades e da quantidade de autorizações relativas aos cultivos em caráter excepcional.

Confira os períodos de semeadura para a cultura da soja:

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