A Organização Meteorológica Mundial (OMM) declarou o início do primeiro El Niño dos últimos sete anos. O fenômeno climático, com potência moderada, traz clima mais quente e seco para lugares como o Brasil, a Austrália e a Indonésia, aumentando o risco de incêndios florestais e secas. Como mostramos no Gigante 163, os produtores agrícolas devem ficar atentos e, mesmo os mais precavidos, precisam entender que os impactos também podem ser econômicos. Em países, como Peru e Equador, o El Niño provoca chuvas intensas e enchentes. Sendo assim, o cenário incerto podem afetar a vida de muitas pessoas, especialmente famílias pobres e rurais cujo destino está diretamente ligado ao clima e à agricultura, como mostra artigo do professor David Ubilava, da Universidade de Sydney, publicado pela BBC Brasil.
É desafiador que o abastecimento global e os preços da maioria dos alimentos acompanhem tantas oscilações. Nas dez ocorrências do El Niño nas últimas cinco décadas os impactos foram relativamente modestos e, até certo ponto, ambíguos sobre os preços globais. Mas em certas regiões do planeta é importante frisar que a disponibilidade e a acessibilidade dos alimentos induzidas pelo fenômeno climático podem gerar consequências sociais sérias, como conflitos e fome.
O artigo sugere que o desequilíbrio gerado pelas mudanças climáticas terá aqueles que “pagarão a conta”. Ainda que a queda da produção em uma região seja totalmente compensada por safras maiores em outras, algumas pessoas irão pagar os custos dos impactos diretos do El Niño. Na Austrália, por exemplo, os produtores sofrerão mais se a produção local de trigo cair e os preços globais ficarem relativamente estáveis. Além disso, como o comércio entre a maioria dos países é conectado, o fenômeno terá impactos econômicos mais abrangentes criando questões sociais mais profundas. Para o professor Ubilava é preciso se atentar para as advertências. As mudanças são rápidas e estão acontecendo.