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Financiamento do clima precisa de trilhões, diz presidente do BID

Financiamento do clima precisa de trilhões, diz presidente do BIDGoldfajn acredita na avaliação das necessidades globais. Foto: Wikimedia Commons

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No debate que envolve a proteção de florestas, o economista Ilan Goldfajn,  presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destacou a limitação das doações por parte dos países desenvolvidos e a importância de adotar uma estratégia diferente, a cargo dos bancos, para ampliar os recursos disponíveis. As informações são da Folha de S. Paulo.

“Sair dos bilhões para os trilhões”, disse ao jornal.

Goldfajn reconheceu o desafio de monitorar os resultados das iniciativas anunciadas em grandes conferências. Ele aponta a falta de coordenação como um problema, algo que o banco busca resolver ao reunir atores regionais por meio do programa Amazônia Sempre, com o objetivo de implementar projetos de forma conjunta.

Ele mencionou inovações financeiras, como a conversão de dívidas em investimentos voltados para a preservação da natureza, além da possibilidade de criar títulos específicos para a região amazônica. O presidente do BID também destaca o que ainda é necessário para realizar uma reforma nos bancos de desenvolvimento e, ainda,  aponta uma das principais tensões que precisa ser resolvida a curto prazo, que é a concorrência entre o orçamento destinado a questões sociais e questões climáticas.

“Se você investe em clima, menos pessoas vão ser deslocadas (por catástrofes), então isso combate a pobreza. Mas, no curto prazo, se você vir o orçamento do Banco Mundial, pela primeira vez teve mais dinheiro para o clima do que para o social, então tem essa tensão”, afirmou.

Sobre a modalidade de financiamento para mudanças climáticas, ele informou que o banco está calculando as necessidades globais para as questões de clima e social.

“O dinheiro do BID é dinheiro dos governos. A gente pode pegar o capital direto e dar o dinheiro. Mas aí você não multiplica os recursos. Você não vai dos bilhões para os trilhões. E o mundo está nessa: precisamos de trilhões”.

O BID anunciou uma série de iniciativas, durante a Cúpula da Amazônia, como o programa Amazônia Sempre e a Green Coalition. Além disso, o economista frisou a importância de instituições atenderem aos desafios climáticos e sociais de maneira integrada.

“O que acho que podemos dizer em que estamos todos alinhados é: vamos todos pensar —bancos multilaterais, governos e agências de classificação de risco— como aumentar os recursos para o clima e o social”, concluiu.