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Garimpo cresce e Mato Grosso é o segundo em áreas ocupadas

Garimpo cresce e Mato Grosso é o segundo em áreas ocupadasExploração ilegal de ouro em em Peixoto de Azevedo. Foto: Ministério Público de MT

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Por André Garcia

Mato Grosso é o vice-líder em áreas mineradas no Brasil, com 72 mil hectares explorados. Dados do MapBiomas , mostram que os três primeiros colocados do ranking, que inclui Pará e Minas Gerais, respondem juntos por 339 mil hectares ocupados pela atividade no País, ou 76% do total.

Publicado nesta sexta-feira, 22/9 estudo também destaca que em apenas um ano a expansão da atividade no Brasil foi de 35 mil hectares, crescimento que se deu basicamente na Amazônia. Em 2022  o bioma concentrava a quase totalidade (92%) da área garimpada no Brasil.

O levantamento aponta ainda para a diferença entre a mineração industrial e o garimpo, que, teoricamente seria limitado pelo volume de extrações e pelo impacto ambiental. Hoje, contudo, grupos de garimpeiros operam de forma cada vez mais agressiva e organizada, com equipamentos, embarcações e retroescavadeiras.

Tanto no Pará como no Mato Grosso esta é a modalidade que prevalece. No primeiro caso, são 149 mil hectares de garimpo e 48 mil hectares de mineração industrial, já no segundo, 68 mil hectares são de garimpo e 4 mil hectares de mineração industrial.

Entre os municípios com maior área minerada, Peixoto de Azevedo (MT), ocupa a terceira colocação com 13 mil ha. Itaituba e Jacareacanga, no Pará, estão nas duas primeiras posições, com 71 mil ha e 20 mil ha, respectivamente.

Seguindo a tendência já detectada em mapeamentos anteriores, esse crescimento se deu basicamente na Amazônia, que em 2022 concentrava a quase totalidade (92%) da área garimpada no Brasil. Quase metade (40,7%) da área garimpada nesse bioma foi aberta nos últimos cinco anos.

Garimpo ilegal

Um dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi a concentração do garimpo em áreas protegidas, o que faz do desenvolvimento da atividade ilegal. Em 2022, 39% da área garimpada no Brasil estava dentro de uma Terra Indígena (TI) ou Unidade de Conservação (UC).

Além disso, no ano passado a área ocupada nesses territórios foi 190% maior do que há cinco anos: quase 50 mil ha foram incorporados.

“Surpreende que ano após ano ainda subsistam. Sua existência e seu crescimento são evidências de apoio econômico e político à atividade, sem os quais não sobreviveriam, uma vez que estão em áreas onde o garimpo é proibido”, destaca o coordenador técnico do mapeamento de mineração do MapBiomas, César Diniz.

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