Por André Garcia
O Cerrado lidera o desmatamento de vegetação herbácea e arbustiva, com 2,9 milhões de hectares suprimidos entre 1985 e 2022, segundo um levantamento inédito do MapBiomas sobre a cobertura vegetal não florestal do país.
O levantamento, divulgado na sexta-feira, 24/11, mostra que o Brasil perdeu 9,6 milhões de hectares dessa vegetação, constituída por plantas de porte pequeno e sem estrutura lenhosa (gramíneas e ervas), ou com tronco lenhoso fino (arbustos).
“Nos últimos 38 anos, o Brasil perdeu 16% de sua vegetação natural não florestal, proporção semelhante a da perda de cobertura florestal, de 15%”, explica Júlia Shimbo, coordenadora científica do MapBiomas.
Esse tipo de vegetação está presente em todos os biomas brasileiros sob diferentes formas: formações campestres, campos alagados e áreas pantanosas e afloramentos rochosos. Juntas, elas ocupam 50,6 milhões de hectares, ou 1,4 vezes mais do que o território da Alemanha, e assim como as florestas, estão sendo rapidamente destruídas.
O mapeamento feito pelo MapBiomas revela que em 2022, a vegetação nativa ocupa 64% do território brasileiro. Desse total, a maior parte corresponde às florestas (58%) e uma fração menor do território é ocupada por vegetação não florestal (6%), também denominada de vegetação herbácea e arbustiva.
“Esta vegetação não florestal, embora minoritária e pouco valorizada, é muito importante pela grande diversidade de espécies de plantas e animais que abriga e pelos serviços ecossistêmicos prestados”, destaca Eduardo Vélez, da equipe do bioma Pampa do MapBiomas.
Os estados com maior proporção de vegetação herbácea e arbustiva são o Rio Grande do Sul (26% do território), Roraima (20%) e Amapá (14%). Os que mais perderam vegetação não florestal desde 1985 foram o Rio Grande do Sul (3,3 milhões de hectares) e Mato Grosso (1,4 milhões de hectares).
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