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Produção de sorgo avança e pode ser a salvação da lavoura 2024

Produção de sorgo avança e pode ser a salvação da lavoura 2024Além de vários usos, Sorgo tem custo de produção inferior ao do milho. FOTO: Embrapa

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Conforme temos noticiado, a instabilidade climática anuncia um 2024 de prejuízos para o produtor rural. Mas há um coringa na manga de agricultores de diversas regiões do País para o caso de as condições desfavoráveis comprometerem as janelas de plantio do milho safrinha, no início do próximo ano.

Com demanda crescente em vários setores da agroindústria e mais fácil adaptação ao estresse hídrico, culturas como o sorgo e o milheto têm ganhado terreno nas lavouras como uma alternativa viável e lucrativa. Sobretudo o sorgo, que vem caindo no gosto do produtor rural, independentemente das incertezas em relação ao clima.

Este ano de acordo com o IBGE, foram produzidas 4,2 milhões de toneladas do grão no País, um aumento de 47,2% em relação a 2022.

O diretor executivo da Latina Seed e um dos idealizados do Movimento +Sorgo, Willian Sawa, explicou à AgFeed que o sorgo tende a ganhar ainda mais espaço nos campos do País, inclusive como produto com grande potencial econômico e para exportações. E isso pode, nos próximos anos, fazer do Brasil o terceiro maior produtor mundial da cultura, bastante popular em países do hemisfério Norte.

“A produção de sorgo no Brasil vai se consolidar quando o produtor começar a ter garantia de demanda, seja por parte da indústria nacional, ou via exportações. Nesse cenário, o Brasil tende a aumentar em até 20% na área destinada ao sorgo até 2026 e chegar ao posto de terceiro maior produtor do mundo”, prevê Sawa.

Tendência de crescimento

A tendência de crescimento da cultura já aparece nas demandas às empresas de sementes. O sorgo se destaca em um mix de culturas alternativas ao milho, cuja área plantada deve cair já a partir da safra de verão e, particularmente, na safrinha.

“A redução da área no verão em sua maioria foi substituída por soja. Para a safrinha, a tendência é o crescimento de culturas alternativas como sorgo, milheto, feijão, forrageiras e mix de coberturas”, afirma Luciano Albernaz, Diretor de Sementes da Lavoro.

Entre as safras de 2020/21 e 2021/22, a área plantada de sorgo já havia tido expansão de quase 20%, enquanto na safra atual foi de 25% – de 1,2 milhão de hectares para 1,4 milhão de hectares, segundo a Conab. A estimativa é chegar a 2 milhões de hectares até 2026 e ter produção perto de 5 milhões de toneladas na década de 2030.

Produção distribuída

Goiás é hoje o principal produtor de sorgo do País, respondendo por 35% da safra, seguido por Minas Gerais, que tende a ser superado por Mato Grosso do Sul este ano. Mas de Norte a Sul também há registro de incremento de cultivo. De acordo com o IBGE, em 2023 houve um aumento na área plantada na região Norte (56%), Sudeste (75%) e Centro Oeste (38,5%).

Mundialmente, o sorgo já é o quinto cereal em total de área plantada, atrás de trigo, arroz, milho e cevada. Nigéria e Estados Unidos são os principais produtores e a China, o maior consumidor do sorgo americano – muito utilizado na suinocultura.

Vantagens

O sorgo também ajuda a recuperar solos degradados, por consumir menor água e ser mais resistente a substâncias como o alumínio, muito presente em solos como os de Minas Gerais. No Brasil, segundo Sawa, além do etanol e da biomassa há um grande potencial para o uso do sorgão gigante para queima em caldeiras de usinas termelétricas, em substituição do carvão vegetal feito com madeira.

“É mais sustentável porque não precisamos tirar de lugar algum. É possível plantar sorgo com essa finalidade exclusiva”, afirma.

Para além dos seus vários usos, a Embrapa estima que a produção do sorgo tem um custo entre 20% e 30% menor do que o milho. No uso para produção de biodiesel, o nível de produtividade é praticamente igual, enquanto para uso em ração animal, especialmente nos gados de corte e leite, o potencial nutritivo é considerado alto.

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