Para Pedro de Camargo Neto, ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), uma das entidades mais tradicionais do agronegócio do País, o desmatamento associado a expansão das fronteiras agrícolas é um problema de polícia e não resultado de uma ação do agronegócio.
Em entrevista pubicada pelo Estadão recentemente, ele também classificou como inaceitável a ambição do governo de acabar com a derrubada da floresta – majoritariamente ilegal – apenas em 2030. Para Camargo neto, houve avanços no controle do devastação florestalo neste ano, mas vê a necessidade de um plano mais abrangente, com uma meta para o desmatamento zero em 2025.
“Temos de enfrentar isso ou nos desmoralizamos. Tem de ser colocado como uma prioridade do País, até porque um setor pujante da economia (agropecuário) está sendo prejudicado. Basta ver a relação com a União Europeia.
Ele afirma que não é setor produtivo do agro que desmata.
“É um argumento falho o que diz é o pecuarista, é a soja’. Não. É o criminoso. É a lei, é (com) a Polícia Federal. Crime é dissuadido com polícia. E você vê o posicionamento da CNA (Confederação Nacional da Agricultura): o que é ilegal é ilegal. Não tem mais essa permissividade, tem de enfrentar. Se alguém comete crime lá é problema da polícia, não do setor.
Camargo Neto falou que a agricultura brasileira vem numa rota de baixa emissão de carbobo e que tem tudo para avançar ainda neste caminho com incentivos governamentais.
“O próprio governo já lançou neste ano o Plano Safra com incentivos para baixo carbono e acho que vai continuar nessa rota que o setor caminha naturalmente. Por que fez plantio direto? Porque ganhou dinheiro com isso, não foi porque foi subsidiado, porque emitia menos carbono. Foi porque é eficiência produtiva”.
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