A Lojas Renner, uma das maiores varejistas de moda do Brasil, é uma das principais vitrines da produção brasileira de algodão. A empresa não compra a fibra diretamente dos produtores, mas acompanha de perto todo o processo de produção e transformação da matéria-prima. A empresa vem investindo projetos de produção de algodão sustentável e um deles está localizado em uma fazenda no município de Santo Antônio do Leverger, no Mato Grosso. As informações são da Agfeed.
A produção de algodão em sistema agroflorestal no Cerrado é a protagonista do projeto iniciado neste ano e feito em parceria com a startup FarFarm e a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Na fazenda experimental na universidade são realizadas pesquisas e capacitações com cerca de 200 pessoas, incluindo 80 agricultores. Nesta área, algodão agroflorestal foi plantado em associação com outras culturas como pequi, mamão, banana, caju, cumbaru, goiaba, ingá, eucalipto, urucum e pinho-cuiabano.
O papel da UFMT é mensurar, com dados, os impactos positivos desse tipo de cultivo. Até o momento foi feita apenas uma colheita piloto e, de acordo com a Renner, o volume passará a ser contabilizado a partir de 2024, quando a iniciativa deve começar a ganhar escala.
“Tecnicamente ainda não sabemos o quanto esse sistema captura a mais que o tradicional, e estamos buscando isso com o projeto”, disse Eduardo Ferlauto, gerente geral de Sustentabilidade da empresa.
Além da colheita piloto, a marca se comprometeu a criar uma rede de conexão entre esses produtores rurais com a sua rede de fornecimento, para que este algodão seja utilizado na confecção de seus produtos.
Eduardo Ferlauto explicou que esse novo programa no Mato Grosso marca o início do segundo ciclo de sustentabilidade da empresa. O primeiro começou em 2018 e tinha como objetivo ter matérias-primas 80% “menos impactantes” até 2022. A meta, de acordo com o executivo, foi cumprida.
A intenção agora é é fazer com 100% das peças de vestuário das suas marcas sejam produzidas com matérias-primas mais sustentáveis até 2030.
Carbono zero
Segundo Ferlauto, a Renner deve dar tração a um estudo completo da pegada de carbono de sua cadeia. O intuito é conseguir mensurar toda a cadeia até 2030.
“Queremos fazer com que a moda no Brasil seja mais responsável e queremos provocar a cadeia como um todo. Para isso, nós como maior varejista temos que ser o agente transformador”, revelou.
Em 2023, a empresa lançou uma coleção sustentável que engloba 35 mil peças. As roupas são vendidas em lotes limitados, para promover as ações de sustentabilidade.