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Dejeto suíno é solução susentável para economia e geração de energia

Dejeto suíno é solução susentável para economia e geração de energiaEstação de tratamento de dejetos suínos. Foto: Embrapa

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Por André Garcia

O dejeto oriundo da criação de suínos já foi um dos principais problemas enfrentados pelo setor, especialmente por seu alto fator de poluição e emissão de gás metano. Mas isso ficou no passado. Hoje, o produto é utilizado para alimentar biodigestores e gerar energia elétrica, garantindo economia e rentabilidade.

É o que acontece na granja Canossa, em Sorriso (480km de Cuiabá), onde os dejetos vão para um tanque biodigestor. A matéria orgânica passa por um tratamento anaeróbico que resulta em biogás e biofertilizante. Ou seja, um processo de fermentação de 30 dias que  reduz em 21% o potencial de contaminação das substâncias.

Ao Gigante 163, o proprietário, Itamar Canossa contou que a sobra de energia elétrica é vendida e vira fonte de receita que paga boa parte das contas da granja.

“Um investimento de 500 mil reais se viabiliza em seis meses. Desconheço investimento que se pague tão rápido. Além disso, hoje há linhas de crédito com juros reduzidos para a implantação dos geradores”, conta Itamar.

Além disso, a energia estocada na rede pode ser direcionada para outras unidades consumidoras.

“Uma granja com 1000 matrizes, ou seja, com mil fêmeas produtoras, é capaz de manter 100 casas de famílias de médio padrão, o que significa uma economia aproximada de R$ 500 por residência.”

Ciclo completo

A Canossa produz todo o ciclo, desde a fabricação de ração, estocagem, laboratório de produção de sêmem, maternidade quando o leitão nasce, até a fase de creche. Quando o leitão atinge cerca de 25 quilos, segue para terminação em granjas parceiras. Uma vez prontos para o abate, seguem para o frigorífico.

Itamar explica que, para que a atividade seja viável não pode haver perda. Neste contexto, cita que outro subproduto dos dejetos são os biofertilizantes para a lavoura de milho e soja.

“Ao invés de comprar o insumo, o produtor acaba fechando um ciclo e o que era problema se torna solução.  É uma mudança emblemática na cadeia que faz com que, às vezes, haja mais lucro do que o da própria venda de carne. Tudo é uma soma, trabalho genético, um conjunto de medidas com os recursos naturais”, diz.

Política pública

Os empresários de Mato Grosso do Sul também estão atentos à essa possibilidade. Em novembro a Associação Sul-mato-grossense de Suinocultores lançou o Programa Asumas de Sustentabilidade (PAS), uma iniciativa que tem por objetivo promover melhorias no desempenho ambiental, econômico e social da cadeia suína, subsidiando os produtores com tecnologias sustentáveis.

No primeiro eixo temático, o energético, a finalidade do PAS é maximizar a produção de variadas formas de energia, seja a partir dos dejetos gerados na atividade suinícola ou a partir do uso das instalações, com ênfase na produção de biogás e purificação. O terceiro, o eixo agrícola, busca otimizar o uso de dejetos suínos como fertilizante para diferentes culturas agrícolas.

“Grande parte das práticas sustentáveis já são implementadas pelos suinocultores. O Programa não apenas certifica esses esforços, mas também pode inspirar outras regiões do país a seguir nosso exemplo”, afirma o presidente da Asumas, Milton Bigatão.

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