Por André Garcia
Prejuízos causados pelas mudanças climáticas e a urgente demanda por sustentabilidade na produção agropecuária marcaram o agronegócio em 2023. Os desafios, enfrentados com pesquisa e inovação, abriram espaço para a consolidação da agricultura de precisão e criaram um cenário para 2024.
Não à toa, pesquisas como a “Macrotendências 2023-2024: Agronegócios”, realizada pelo Sebrae, são unânimes ao apontar o uso de sistemas inteligentes e integrados na detecção, medição e resposta a variáveis que influenciam na produção agrícola como estratégias para alcançar a máxima produtividade sem prejudicar o meio ambiente.
Para o produtor, é fundamental estudar estas tendências de mercado, assim como os impactos da tecnologia e da inovação para que assim, encontre oportunidades de crescimento. Por isso, o Gigante 163 levantou 8 tendências que podem auxiliá-lo na adoção de decisões mais assertivas e seguras. Confira:
1 – Inteligência artificial
No centro das tendências do Agro para 2024 está a Inteligência Artificial, que pode ser utilizada para diversas aplicações na agricultura, como monitoramento das lavouras, identificação em larga escala e controle de pragas e doenças, previsão de safra e gestão da produção. Dentre as suas vantagens está a análise de dados e identificação de padrões, o que aumenta a eficiência e a redução de custos na gestão da produção.
2 – Irrigação inteligente
De acordo com o Sebrae, este é um negócio que cresce cerca de 14% ao ano e que tem forte relação com o crescimento das áreas irrigadas. Pelos dados do Censo Agro (IBGE), existiria, hoje, cerca de 7 milhões de hectares irrigados no Brasil, o que estimula o investimento em soluções que promovam o uso racional da água. As empresas que trazem soluções de irrigação estão migrando para o uso de sensores na lavoura, buscando coletar dados precisos sobre o clima, quantidade de chuva e umidade do solo.
3- Crescimento do ESG na agroindústria
Os consumidores estão cada vez mais exigentes e preocupados com a sustentabilidade, o que vem levando a uma mudança nos hábitos de consumo de alimentos, com uma maior demanda por produtos frescos, saudáveis e produzidos de forma sustentável.
Segundo a Orbia, plataforma voltada ao agronegócio, para atender a essa demanda, as empresas do agronegócio precisam se adaptar e adotar práticas de sustentabilidade e ESG em suas produções. As vantagens econômicas desta mudança estão divididas em três categorias: redução de custos, aumento da produtividade e melhoria da imagem e da reputação.
4- Drones na agricultura
Foto: Embrapa
A tendência ganhou força em 2023 com a pulverização de lavouras. Além de ajudar a reduzir o desperdício de defensivos, os drones apresentam outras possibilidades, como monitoramento prévio a este processo, por exemplo.
Segundo projeções do grupo financeiro internacional Goldman Sachs, o agro é um dos setores com maior oportunidade de crescimento potencial de drones, ficando atrás apenas da construção civil e uso militar. A pesquisa do Goldman Sachs aponta para um mercado de drones agrícolas estimado em US$5,9 bilhões.
5 – Mercado de fertilizantes
O mercado de fertilizantes ultrapassou US$ 190 bilhões em 2020 e crescerá a um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de 2,6% de 2023 a 2030. Especialistas estimam que usando 200 kg de nitrogênio por ha, seria possível produzir cerca de 9,5 toneladas de grãos contra 2,3 toneladas de grãos sem o uso de fertilizantes nitrogenados. Logo, o mercado de fertilizantes continuará a crescer na proporção que continuará a amparar os agricultores na busca por opções de receita através de uma agricultura eficaz.
6 – Fintechs e Bancos Digitais com foco no crédito rural
As necessidades de crédito rural no País são imensas. As demandas incluem modernização da frota de tratores agrícolas e colheitadeiras; construção e ampliação de armazéns; e até recursos para inovação, com expectativa de financiamento para, por exemplo, compra de geradores de energia elétrica para as atividades de olericultura, avicultura, pecuária de leite e suinocultura, entre outras.
Foto: Reprodução
7 – Digitalização da aquisição de insumos
A digitalização é uma tendência que vem se acelerando em diversos setores, incluindo o agronegócio. Essas tecnologias podem incluir o uso de softwares de gestão agrícola, plataformas de e-commerce e tecnologias de rastreabilidade, para garantir a segurança e eficácia dos insumos.
8 – Bioenergia de etanol de milho
A empresa de software Totvs aponta que a busca por fontes de energias mais sustentáveis coloca a bionergia de etanol de milho em foco, uma opção para diversificar os recursos e investir em um futuro mais verde. O surgimento de novas usinas produtoras de etanol de milho em 2023, já criadas com o objetivo de aproveitar a demanda do próximo ano.
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