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Plataforma prevê declínio da produção de milho no Brasil

Plataforma prevê declínio da produção de milho no BrasilSeca mantém estimativas em queda. Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

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Por André Garcia

Além da preocupação com a quebra na safra de soja, causada pelas mudanças climáticas, o produtor de grãos também deverá lidar com uma colheita de milho inferior à registrada em 2023, quando o Brasil se tornou o maior exportador mundial, ultrapassando os Estados Unidos. Uma queda na produção pode tirar o País do topo.

É o que aponta o Modelo de Previsão de Rendimento da Gro Intelligence, que considera uma redução na área plantada para o ciclo 2023/2024. Divulgado nesta semana, o cálculo cita a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de que o grão ocupará 21 milhões de hectares, 6% a menos que no último período.

Um dos principais motivos para isso é que a colheita de soja está atrasada, o que aumenta o risco para o milho, já que o grão é plantado imediatamente após a colheita da oleaginosa para evitar o amadurecimento durante a estação seca, que começa em meados de abril.

Vale destacar que seu plantio está nas fases iniciais para a segunda safra, que representa cerca de 70% da produção total de milho do País. Assim, mesmo que apenas 5% da segunda safra do milho tenha sido semeada até 20 de janeiro, o que oferece bastante tempo para uma recuperação, é importante monitorar a situação.

Baixa umidade do solo

A perspectiva de menor rendimento também é acompanhada por resultados de análises que apontam para baixos índices de umidade do solo. Segundo a Gro Intelligence, os números começaram a cair acentuadamente após a primeira semana de dezembro e atualmente permanecem próximos das mínimas em 14 anos.

Chuvas recentes em Mato Grosso, o principal produtor de segunda safra de milho do Brasil, aumentaram estes níveis. Por outro lado, o cenário ainda é de seca no Paraná e no Mato Grosso do Sul, os outros dois maiores produtores brasileiros, o que mantém a estimativa de queda.

Deste modo, o clima de fevereiro e março será crucial para o futuro do ciclo.  Ou seja, se o restante da temporada de chuvas garantir a recarga de umidade, a safra pode melhorar. Por outro lado, chuvas contínuas podem causar problemas.

Os dados da Gro mostram chuvas próximas ou acima da média para a maior parte do Brasil em fevereiro. A região central receberá chuvas abaixo da média em março, enquanto o Sul terá chuvas acima da média em abril. A plataforma, contudo, alerta que as previsões feitas com meses de antecedência apresentam certo “grau de incerteza”.

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