O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul está atuando no combate e controle de incêndio florestal na região da Serra do Amolar, no Pantanal. O fogo de grandes proporções já consumiu mais de mil hectares. A área é de difícil acesso, por isso, a equipe do Corpo de Bombeiros está em deslocamento no rio, com utilização de barco.
“A guarnição está saindo de Corumbá para acessar o incêndio na Serra do Amolar”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do Centro de Proteção Ambiental (CPA), que realiza o monitoramento dos incêndios florestais no Estado.
O combate tem sido feito desde o sábado, 27/1, pela Brigada Alto Pantanal, que é mantida pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP). Por conta da grave situação, além da equipe de brigadistas permanentes, outros seis, que têm experiência com o Prevfogo/Ibama, passam a atuar a partir desta terça-feira, 30/1. Além dos 14 integrantes pela Brigada Alto Pantanal, os Bombeiros de Mato Grosso do Sul enviam neste dia 30/01 mais quatro pessoas e a SOS Pantanal vai dar apoio com mais quatro integrantes de Brigadas Voluntárias.
O IHP informou que um pequemo proprietário rural da região pode ter começado o fogo na tentativa de limpar baceiro, uma vegetação flutuante que pode aglomerar-se de tal forma capaz de criar pequenas ilhas que impedem o acesso a corixos ao longo do Rio Paraguai. A vegetação estaria no acesso para a propriedade. Após constatação do caso na central de monitoramento do IHP em Corumbá, o homem foi informado sobre o início das chamas, bem como a Polícia Militar Ambiental (PMA).
Em entrevista ao site G1, o presidente do IHP, Angelo Rabelo, comentou o episódio.
“Lamentavelmente, uma atitude isolada trouxe o fogo que segue propagando. É um lugar de difícil acesso, subindo a cerra, alcançando altitudes que chegam a quase mil metros. Então o reforço está acontecendo para que a gente possa ter um controle mínimo e estamos na torcida para acontecer um evento climático, uma chuva para ajudar”.
Sobre a Serra do Amolar
A região da Serra do Amolar, que está dentro do Pantanal, no município de Corumbá (MS), compreende um território de grande biodiversidade. É área de Reserva da Biosfera, além de ser um Patrimônio Natural da Humanidade. O território é formado por 80 km de extensão de morrarias que chegam a ter quase 1 mil de altitude. Essa área fica a cerca de 700 km de Campo Grande, a partir de Corumbá e por via fluvial. Só é possível chegar nesse local por ar ou pelo rio Paraguai.
Devido a várias particularidades, incluindo os seus elementos naturais, geográficos e ecológicos, a região tem potencial de abrigar espécies de plantas e animais que são de exclusividade da Serra do Amolar. Por ali, há interações de fatores geográficos, climáticos e ecológicos que criam ecossistemas particulares que não são encontrados em outras partes do Pantanal.
Além disso, trata-se de um território considerado uma barreira natural para o fluxo das águas, que se difere completamente de todo o restante do bioma. Ali existe uma variedade de terrenos e paisagens, áreas com características de Mata Atlântica, de Pantanal, de Amazônia, o que resulta na sua riqueza de biodiversidade.
Com informações do Governo de MS