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Seca extrema faz plantas crescerem 33% menos no Cerrado, diz estudo

Seca extrema faz plantas crescerem 33% menos no Cerrado, diz estudoRedução da cobertura de plantas é sinal vermelho. Foto: Wikimedia Commons

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A Universidade do Estado do Colorado (EUA), com a parceria Universidade Federal de Goiás (UFG), divulgou um estudo inédito sobre a seca extrema e suas principais consequências no mundo. O Cerrado foi o que mais sofreu o impacto em comparação com outros biomas brasileiros analisados. A perda de produtividade primária ocasionada pela seca intensa foi de 33%. Ou seja, as plantas cresceram menos do que em outras regiões. As informações são do Jornal Opção.

Três ecossistemas campestres distribuídos em quatro áreas foram analisados no estudo: uma no Nordeste, outra no Rio Grande do Sul, e duas no Parque Nacional das Emas, em Goiás. Os resultados apontaram a escassez extrema de chuvas pode reduzir em média em cerca de 35% o crescimento das plantas acima do solo em campos e pastagens.

A consequência mais preocupante da estiagem diz respeito à redução na capacidade de remoção do CO2 da atmosfera. O cenário também pode levar à menor produção de flores e frutos  e impactar a oferta de recursos para a fauna de herbívoros, com o potencial de desencadear efeitos em cascata.

A menor cobertura de plantas no solo pode levar à sua maior exposição e à evaporação de água. Isso desencadeia ou amplia processos erosivos e, consequentemente, dificulta a recarga dos aquíferos naturais. Para os pesquisadores, o problema é autoexplicativo, uma que o Cerrado é conhecido como uma enorme “caixa d’água” subterrânea. As maiores bacias hidrográficas da América do Sul têm rios importantes que nascem neste bioma.

“Isso significa que o efeito negativo das secas extremas na produtividade do solo foi 60% mais grave do que o reportado até agora na literatura. Estudos anteriores estimavam uma redução no crescimento das plantas de 12,6% a 19% e nós mostramos que esses valores podem chegar a mais de 42% em alguns locais mais secos, com redução de 34,5% na média global”, explica Marcus Cianciaruso, um dos autores do estudo e professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG.

Mais de mais de 170 pesquisadores que fazem parte da Rede Internacional Drought Net foram envolvidos no estudo. Eles acompanharam a resposta de 100 regiões localizadas em seis continentes, ficando de fora apenas a Antártica.