O presidente Jair Bolsonaro editou um decreto nesta quinta-feira (8/7) para ampliar a atuação das Forças Armadas na repressão a delitos ambientais no estado de Mato Grosso. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União.
De acordo com os alertas de desmatamento emitidos no mês de junho pelo sistema Deter-B, do INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a terceira maior área desmatada no período fica no nosso estado. Foram 177 km². Pará e Amazonas lideram o ranking, com 438 km² e 220 km², respectivamente.
Ao todo, 1.062 km² foram desmatados na Amazônia em junho. Essa é a maior área para um mês de junho desde 2016. Junho foi também o quarto mês consecutivo de recordes históricos mensais.
Os números acumulados e os recordes consecutivos sugerem que os dados consolidados do sistema Prodes – que são os números oficiais de desmatamento da Amazônia – devem ficar em torno de 10 mil km² pelo terceiro ano consecutivo.
O governo do Mato Grosso também está de olho nessa situação, que prejudica a imagem do Brasil e do nosso agronegócio no exterior. No mês passado, a secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, se reuniu com os outros oito Estados da Amazônia Legal para debater ações para prevenir e combater o desmatamento ilegal e os incêndios florestais, bem como projetos de pagamento da redução das emissões de carbono.
Garantia da Lei e da Ordem
Na semana passada, o presidente havia assinado o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ambiental válido para toda a Amazônia.
A medida se restringe a operações em áreas de propriedade ou posse da União, como terras indígenas, áreas federais de preservação, imóveis da União, entre outros, e está também limitada às regiões com maior incidência de queimadas e desmatamento, que abrangem 26 municípios. 
Em outras áreas a ação somente poderá ser realizada se houver pedido do respectivo governador do estado ao presidente da República.
Desde 2019, foram autorizadas duas operações das Forças Armadas na Amazônia, chamadas Verde Brasil 1 e 2. A mais recente se encerrou em abril.
A renovação da atuação dos militares na região havia sido anunciada pelo vice-presidente Hamilton Mourão no mês passado.
De acordo com Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia, o custo da nova operação será de R$ 50 milhões, no período que vai de 28 junho a 31 de agosto.
– Fonte: Agência Brasil e agências