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Com março, Terra tem 10º mês consecutivo de recorde de calor

Com março, Terra tem 10º mês consecutivo de recorde de calorApesar do arrefecimento do El Niño, calor seguirá. Foto: Rawpixel

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Temperaturas voltam a subir e baixa umidade preocupa Centro-Oeste

De acordo com o observatório europeu Copernicus, março foi mais quente já registrado no mundo e o décimo mês consecutivo a bater recordes de calor, com temperaturas máximas também registradas nos oceanos. Essas marcas mensais de calor acima da média vêm ocorrendo desde junho de 2023.  As informações são da Folha de S. Paulo.

O Copernicus alerta que a temperatura média em março de 2024 foi 1,68°C acima de um março típico no período pré-industrial (1850-1900). Todo planeta vivenciou temperaturas acima da média no mês, desde a África até a Groenlândia, passando pela América do Sul e pela Antártida. O IPCC, painel científico da ONU sobre mudanças climáticas, informa que é provável que o mundo ultrapasse 1,5°C no início da década de 2030.

O observatório acrescenta que o fenômeno El Niño, que aquece a superfície do mar no oceano Pacífico e provoca um clima mais quente em todo o mundo, veio com força, mesmo que esteja enfraquecendo em março. Porém, seu efeito de aquecimento não explica sozinho os picos drásticos registrados em 2023. Além disso, as previsões para os próximos meses continuam indicando temperaturas acima da média.

Cuiabá, a maior temperatura do Brasil

A capital do Mato Grosso é famosa por altas temperaturas e obtém o atual recorde de temperatura máxima absoluta das capitais no país, com 44,2°C. Desde a década de 1940, a temperatura máxima da cidade subiu 3 ºC , de acordo com registros feitos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e avaliados pelo climatologista e doutor em meteorologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rodrigo Marques. As informações são do G1.

“Na década de 40, chegou a fazer um calor na faixa de 41ºC. Desde o início das medições, houve um aumento de pelo menos 3ºC na máxima absoluta, que é a maior temperatura já registrada”, explicou o meteorologista.

Para ele, a razão deste calor extremo é uma combinação de fatores: aquecimento global, localização e falta de vegetação em Cuiabá. 

“Temos a questão climática que afeta sim, mas Cuiabá é naturalmente uma cidade muito quente por estar mais próxima a linha do Equador e por estar em uma área mais baixa que o entorno, isso faz com que não tenha circulação de vento. Para ajudar, trocamos a vegetação por concreto, então uma cidade que naturalmente já é muito quente, fizemos com que se tornasse um pouco pior”, disse.

Rodrigo Marques acredita que é possível amenizar a situação desde que haja esforço coletivo para acabar com as queimadas, além de recuperar a vegetação nativa da cidade. 

“Os quintais diminuíram, a sombra acabou e isso tem feito com que as casas ficassem mais quentes. Fora o padrão de construção, já que as casas antigas eram de adobo e as paredes eram mais grossas, o que fazia com que dentro da casa fosse mais fresco”, finalizou.