Para não perderem acesso a créditos junto aos brancos brasileiros, grandes frigorificos do País começaram a atender à norma da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), lançada em maio de 2023, sobre rastreabilidade de animais abatidos.
A norma passa a vigorar a partir de janeiro de 2026 e tem o objetivo de combater o desmatamento ilegal e promover a produção sustentável de carne bovina. Voluntária, a adesão à iniciativa, até o momento, inclui 21 bancos, entre eles, os grandes players do agronegócio como Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Sicredi.
As primeiras divulgações de dados divulgadas pelas empresas, no entanto, realizadas nas últimas duas semanas, apresentaram algumas inconsistências. Segundo o site Reset, a norma exige a apresentação do número absoluto de cabeças de gado abatidas, mas algumas empresas reportaram apenas porcentagens, alegando questões de sigilo comercial.
De acordo com a reportagem, as empresas querem compartilhar os dados de abate apenas com os bancos, sem a necessidade de divulgação pública por questões de sigilo. Como disse um executivo de uma importante instituição financeira que participou da criação da norma, qual a questão de concorrência que impede a divulgação do número de cabeças de gado abatidas? Por que esses dados são tão confidenciais?”.
De qualquer forma, a Febraban afirma que eventuais ajustes nos requisitos da norma “deverão passar pela governança da insituição, que permite revisões periódicas desde que aprovadas nas instâncias responsáveis”.
A nova norma da Febraban representa um passo importante para aumentar a transparência na cadeia de produção de carne bovina no Brasil e combater o desmatamento ilegal na Amazônia. O debate em torno da divulgação dos dados de abate demonstra a complexa relação entre os interesses econômicos do setor pecuário e a necessidade de proteger o meio ambiente. Além, há uma questão econômica, uma vez a lei anti desmatamento da União Europeia (UE) exige mais transparências para países exportadores de carne.
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