Por André Garcia
A Amazônia teve uma explosão nas queimadas e chegou a 8.969 focos registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nos quatro primeiros meses de 2024. O número é 153% maior que os 3.198 registrados em 2023.
De acordo com INPE, os registros cresceram 81% em todo o País, totalizando 17.064 ocorrências. Roraima, Mato Grosso e Pará lideram o ranking nacional, com 4,610, 4.201 e 1.064 focos. respectivamente. Para dar mais significado a esses números, Roraima registrou mais de 1 milhão de hectares queimados, o que representa 54% de toda a área queimada no País e Mato Grosso teve o dobro de incêndios neste começo de ano em relação ao anterior.
Mas o dano não se restringe à região Amazônica. No Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, houve cerca de 1.300 focos de incêndio a mais do que no mesmo período do ano passado: 4.506 ao todo.
Já no Pantanal, que está em seu período mais chuvoso, foram contabilizados 646 pontos de fogo na vegetação, representando o aumento expressivo de 1.033% em comparação a 2023.
Considerando a região, Centro Oeste, única que abriga os três biomas, os números passaram de 2.720 para 5.775, aumento de 112%. Entre os 10 municípios que mais queimaram, estão Nova Maringá (MT), Brasnorte (MT) e Corumbá (MS), com 261, 256 e 253 focos.
Efeito em cadeia
Como já mostramos, a seca prolongada que expôs a Amazônia a uma crise hídrica histórica em 2023 se repetiu no Cerrado no Pantanal. O efeito em cadeia, é explicado pela relação de codependência entre os biomas vizinhos, que se abastecem mutuamente, tanto “bombeando” a água das bacias hidrográficas de um para o outro, quanto por meio dos rios voadores.
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