Tema familiar para o agronegócio brasileiro, o déficit de armazenagem de grãos foi debatido durante a Abertura Nacional da Colheita do Milho, na quinta-feira (22.07), em Primavera do Leste, promovida pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Canal Rural em parceria com a Aprosoja.
“Enquanto não tivermos onde guardar nossos grãos, não seremos o celeiro do mundo, seremos apenas produtores, precisamos ser donos do que produzimos”, avaliou o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, no evento.
Na mesma linha, o diretor-executivo da entidade, Wellington Andrade, afirmou que o estado mantém um déficit de 50% na armazenagem. “A Aprosoja-MT lançou a campanha Armazém para Todos para incentivar a construção de silos. Por meio dessa campanha, a ideia é mostrar ao governo que o pequeno e médio produtor têm viabilidade para construir o próprio armazém dentro da sua propriedade”.
O presidente executivo da Abramilho, Alysson Paolinelli, lamentou o déficit de armazenagem e fez cobranças. “O Brasil não pode continuar a perder mercado de milho, temos que ampliar e muito nossa produção”.
Segundo afirmou o ex-ministro da Agricultura ao Gigante 163, as cooperativas de armazenagem hoje estão insatisfeitas com os juros cobrados de financiamentos públicos, “revendo cálculos porque acham que o negócio não está rentável”.
De acordo com o analista da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, a produção de milho nesta safra está reduzida, por conta das condições climáticas. “Estimamos no ano passado para esta safra de inverno a produção de 86 milhões de toneladas de milho, mas com o clima, janelas de plantio, seca, geadas, a produção dificilmente passará de 60 milhões de toneladas”, afirmou Galvão.