Em portaria, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) criou na última quarta-feira, 5/6, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Howard Quigley, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. A área ocupa 643,33 hectares na região pantaneira e com esse status de proteção se soma a outros 87,1 mil hectares de reservas federais no Estado. As informações são da Folha de S. Paulo.
A RPPN tem como intuito garantir a conservação da diversidade biológica no bioma, que está enfrentando uma seca severa e o consequente risco de incêndios florestais. A ONG Panthera Brasil é a proprietária da reserva e o acesso principal à região é é feito por Porto Jofre, em Mato Grosso, por meio da rodovia Transpantaneira e, depois, por via fluvial.
“(A medida) ajuda a formar um mosaico de áreas protegidas”, disse Fernando Tortato, pesquisador da Panthera Brasil. A ONG foi criada em 2014, com foco na conservação das nove espécies nacionais de felinos selvagens e seus ecossistemas.
Tortato completou que a área é pequena em comparação a outras reservas federais, como a Fazendinha, em Miranda (MS), que tem cerca de 9.600 hectares. No entanto, a Howard Quigley, ele disse, é estratégica por estar localizada na confluência dos rios Cuiabá e Piquiri, na sub-região do Paiaguás, vizinha ao Parque Estadual Encontro das Águas, já no território de Mato Grosso.
A organização está buscando parcerias para turismo de observação de felinos, com construção de torres e trilhas na nova reserva.
Espécies
Foram identificadas na RPPN Howard Quigley 172 espécies vegetais, 365 espécies de aves, 53 de mamíferos, 37 de anfíbios e 75 de répteis. Na lista, constam animais em risco de extinção, como tatu-canastra, ariranha, lobo-guará, cachorro-do-mato-vinagre, tamanduá-bandeira e onça-pintada.
O pesquisador da Panthera Brasil comemorou que oficialização como reserva federal também é importante para “ganhar aliados”, como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e as equipes do Ibama/PrevFogo no combate aos incêndios florestais.
“É uma realidade: o pantanal está enfrentando um ciclo severo de secas. O rio Paraguai está em um dos menores índices registrados. O bioma se torna muito mais vulnerável”, concluiu.