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Seca traz desafio extra para queima controlada em MT e MS

Seca traz desafio extra para queima controlada em MT e MSAção garante a proteção da fauna e flora. Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT

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Por André Garcia

Embora a queima controlada ou prescrita seja uma estratégia importante na prevenção dos incêndios florestais, as condições climáticas extremas registradas neste ano oferecem um desafio extra para sua execução em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em situação de crise hídrica, os estados apresentam condições opostas às priorizadas no processo, realizado no final do período chuvoso por conta das temperaturas amenas e menos vento.

Não à toa, o Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul), onde a situação É mais grave, suspendeu os efeitos das autorizações ambientais de queima controlada por 180 dias. A norma, publicada na terça-feira, 11/6, estabelece que o prazo das licenças deixa de ser computado e passa a correr após o fim da suspensão.

No estado, já começou a fase de resposta às chamas.

“Iniciamos as ações de prevenção e preparação no dia 2 de abril. Hoje entramos na fase de resposta, temos equipes trabalhando exclusivamente no combate aos incêndios”, explica a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais.

Já em Mato Grosso, onde ainda possível fazer o manejo, já que o período proibitivo de uso do fogo terá início no dia 1° de julho, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMT), tem treinado os profissionais para a realização do processo, que consome apenas a biomassa que está na superfície do solo.

“Com este procedimento, garantimos áreas para onde o fogo pode ser direcionado. A queima cria uma zona de ‘escape’, ou seja, um local onde o fogo ‘morre’, porque não consegue mais avançar. Isso é fundamental para um combate mais eficiente”, explica o primeiro-tenente Isaac Wihby, do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA).

O primeiro-tenente conta, ainda, que a queima prescrita diminui a quantidade de material combustível e evita que o incêndio florestal se propague. O procedimento ainda garante áreas de refúgio para os animais, caso o fogo atinja regiões próximas às áreas previamente queimadas controladamente.

“É natural o acúmulo de vegetação e pensando no Cerrado, que é uma vegetação seca e muito mais combustível, a região é propensa a incêndios. É por isso que realizamos a queima prescrita, um procedimento totalmente controlado com nossos bombeiros”, pontua, ressaltando que o trabalho não prejudica o solo e, consequentemente, protege as raízes das plantas.

Autorização

Enquanto no Mato Grosso quem responde pelas autorizações é o Imasul, em Mato Grosso as solicitações podem ser feitas pelo site do Governo. Mas, para além da permissão, os produtores precisam estar atentos às recomendações de cada região, contando com um planejamento de queima que inclui a definição dos equipamentos e a mão de obra a serem utilizados e o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados.

Caso o fogo se alastre e saia do controle, a brigada treinada mais próxima deve ser acionada por meio do 193.

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