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Incêndios: este é o pior junho para o Pantanal na série histórica do Inpe

Incêndios: este é o pior junho para o Pantanal na série histórica do InpeAtuação dos bombeiros em Corumbá. Foto: CBMMS

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De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), só nos primeiros 12 dias de junho, o Pantanal registrou o maior número de focos de incêndios para um mês de junho de toda a série histórica, iniciada em 1998. Até a quarta-feira, 12/6, foram 733 focos de queimadas registrados no bioma, que se localiza em Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso. As informações são do G1.

O mês de junho deste ano é o pior em relação a 1998. Em segunda posição no ranking está junho de 2005, quando foram 435 focos. Se comparados os dados de 2024 e 2005, o aumento é de 77%. O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ) revelou que até maio deste ano, 332 mil hectares do bioma foram consumidos pelas chamas. O Pantanal tem 16 milhões de hectares.

Em 2024, a temporada de queimadas veio mais cedo e com mais intensidade. Tanto em Mato Grosso do Sul quanto em Mato Grosso, os focos de incêndio nos seis primeiros meses deste ano aumentaram 1127% se comparado ao mesmo período de 2023. o prejuízo para o meio ambiente é enorme.

“Vemos estes incêndios se alastrando de forma muito rápida, ganhando uma força grande e a tendência é só piorar daqui para frente. Acho que esse é o sinal para que os órgãos públicos ajam em conjunto, cooperem para atuar quanto antes, não esperar a situação sair completamente fora de controle para tentarem atacar só na remediação”, pontuou o biólogo Gustado Figueirôa, da ONG SOS Pantanal.

Para o biólogo, além de uma atenção imediata da União e governos estaduais, o apelo deve ser estender fora do Brasil.

“Existem mecanismos para pedir esse tipo de ajuda internacional. Se o poder público não tem os equipamentos, os recursos necessários, que eles peçam ajuda quanto antes, que não esperem a situação sair completamente fora de controle para correr atrás do prejuízo”, disse Gustavo Figueirôa.

Seca agrava a situação

Em Corumbá (MS), uma das principais cidades pantaneiras, não chove há mais de 50 dias, de acordo com meteorologistas da região. Com os incêndios florestais e a baixa umidade do ar, uma densa fumaça se concentra sobre a cidade.

De acordo com Serviço Geológico do Brasil (SGB), o baixo nível do rio Paraguai também é recorde.

Em Ladário , também no Mato Grosso do Sul, o nível tem registrado quedas ou estabilidade na medição há cerca de um mês. O órgão aponta que, para este período, a média histórica do nível do rio em Ladário era de 3,85 metros.