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Fogo faz animais agonizarem e rios virarem “deserto”

Fogo faz animais agonizarem e rios virarem “deserto”Profissionais se mobilizam na região. Foto: Governo Federal

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Biólogos e veterinários estão fazendo uma varredura para avaliar o impacto do fogo na fauna do Pantanal. O Jornal Nacional  mostrou jararacas buscando abrigo em baixo do carro, emas procurando comida no solo acinzentado e uma sucuri  que morreu tentando fugir das chamas, assim como o jacaré.

“Infelizmente, essas espécies são as mais afetadas devido às suas características que não tem uma locomoção muito rápida. Então, muitas vezes, eles não conseguem escapar dos incêndios”, explica Sérgio Barreto, biólogo Instituto Homem Pantaneiro.

O Ibama, Instituto Homem Pantaneiro e universidades são algumas das instituições que fazem parte de um grupo especializado no atendimento a animais silvestres tanto no Cerrado quanto no Pantanal. Por conta do fogo que consome o bioma, eles estão concentrados na procura por animais que estão debilitados e precisam de algum tipo de ajuda.

“Ver se esse animal precisa de alguma remoção. Mas, primeiramente, ver o que está acontecendo com o animal. Se ele está bem, se ele está se locomovendo. Caso tenha alguma debilitação dele, esteja muito machucado, é feita a remoção desse animal com todo aporte dos veterinários, dos biólogos, para o CRAS em Campo Grande”, fala o biólogo Wener Hugo Arruda Moreno.

Uma área quase quatro vezes maior que o território da cidade de São Paulo já queimou no bioma – mais do que em 2020, até então o ano recorde de queimadas no Pantanal.

Rio Perdido

Há pouco mais de 500 km do Pantanal, em Caracol (MS), a estiagem fez o Rio Perdido, uma das bacias que corta o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, em Caracol (MS), secar e virar um “deserto de areia”.  Na região, onde não chove há mais de 40 dias, produtores dependem do abastecimento de caminhões-pipa para manterem as propriedades, e até para consumirem água no dia a dia.

Conforme publicação do G1 desta sexta-feira, 21/6, há relatos de moradores que encontraram peixes mortos onde antes ficava o leito do rio. Em julho do ano passado, o cenário do rio era completamente diferente.

O Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS) apresentou um balanço relacionado ao acumulado das chuvas no estado durante maio deste ano. Na análise do número de dias com chuvas abaixo de 1 mm, foi constatado que grande parte dos municípios apresentaram mais de 25 dias sem ocorrência de chuvas ao longo de todo mês de maio.

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