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Fogo recua e 56% dos incêndios são extintos no Pantanal

Fogo recua e 56% dos incêndios são extintos no PantanalAlta na temperatura e baixa umidade devem ameaçar combate. Foto: Agência de Noticias do Governo de MS

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Por André Garcia

A queda na temperatura e o discreto registro de pancadas de chuva contribuíram para um recuo do fogo no Pantanal, que hoje lida com dois incêndios florestais ainda sem controle. O número, que chegou a 55 neste ano, foi anunciado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) nesta terça-feira, 16/7.

No total, a redução foi de 56%, considerando que 31 incêndios foram extintos e 24 estão ativos, dos quais 22 estão controlados. Neste caso, ainda restam ilhas, troncos, árvores e outros combustíveis queimando, focos ativos que precisam ser extintos para não provocarem novos incêndios.

Mas ainda é cedo para comemorar, já que a próxima semana será de baixa umidade, alta nas temperaturas e falta de chuva, em Mato Grosso do Sul, estado que concentra o maior número de focos. O alerta foi reforçado pela titular do MMA, Marina Silva, em coletiva realizada após sobrevoo na região de Corumbá (425 km de Campo Grande).

“Sabemos que virá uma onda de calor e baixa de umidade e o risco de, de novo, de termos incêndios. Então vamos nos manter mobilizados para salvar nosso Pantanal, nossa biodiversidade e para salvar nossos sistemas econômicos que estão sendo colapsados pela emergência climática”, afirmou a ministra.

Perigo do fogo. Crédito: MMA

Sendo assim, devem continuar atuando no combate às chamas na região 832 profissionais do Governo Federal, sendo 420 das Forças Armadas, 311 do Ibama e ICMBio, 71 da Força Nacional de Segurança Pública, e 30 do DNIT, Polícia Federal e Defesa Civil.

Segundo boletim semanal divulgado pelo MMA, do total da área queimada, 85% são áreas privadas e outras; 7,4% são terras indígenas; 4,8% unidades de conservação federal; 1,4% unidades de conservação estaduais; e 1,4% Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

Gestão de risco

De acordo com Marina, o Governo Federal avalia um plano para que seja decretada emergência climática em todos os municípios suscetíveis às mudanças do clima. A ideia é que, a partir deste instrumento legal, sejam privilegiadas a gestão do risco e não apenas a gestão do desastre.

“Quando se leva uma cesta básica para um município da Amazônia por via fluvial no tempo certo, custa de R$ 300 a R$ 500 no máximo. Se for levar depois que o rio baixou, de helicóptero, custa R$ 2.500. Portanto é fundamental ter essa figura da emergência climática antecipada”, disse Marina.

Uso do fogo

Ao falar sobre o crédito extraordinário de R$ 137,6 milhões para mitigação dos efeitos da estiagem e combate às queimadas, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o problema agora não é a falta de efetivo, mas a conscientização sobre o uso do fogo no bioma.

“Não é uma questão de contratar mais mil ou cinco mil brigadistas. O que a gente não pode e a legislação não permite é colocar as Forças Armadas, Polícia Federal e mesmo os brigadistas dentro das propriedades que são privadas. A gente não pode entrar porteira adentro, a não ser depois que acontece o fogo”, disse Tebet.

Vale destacar que  a estratégia está proibida até o fim do ano, e quem descumprir a lei poderá ser punido com multa, apreensão de bens e prisão. Como temos mostrado, o bioma enfrenta sua pior seca em 70 anos, intensificada pela mudança do clima e por um dos El Niños mais fortes da história.

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