A escalada da violência em terras indígenas no Mato Grosso do Sul levou o governo federal a criar uma força-tarefa para acompanhar a situação na Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, em Douradina, no Mato Grosso do Sul. A medida foi anunciada nesta segunda-feira, 5, após uma série de confrontos entre indígenas e não indígenas que resultaram em pelo menos dez feridos, três deles em estado grave.
A criação da força-tarefa, que contará com a participação dos ministérios da Justiça, dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos, além do Ministério Público, tem como objetivo conter a violência e garantir a segurança dos indígenas.
Os conflitos na região se intensificaram nos últimos dias, com novos ataques ocorrendo mesmo após a presença de forças de segurança. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Força Nacional, que deveria garantir a proteção dos indígenas, teria abandonado a área momentos antes de um dos ataques, o que gerou revolta entre a comunidade indígena.
A Justiça Federal informou que as equipes da Força Nacional estavam patrulhando outra área no momento do primeiro confronto, mas que chegaram ao local e cessaram a violência. No entanto, novos conflitos ocorreram no dia seguinte, mesmo com a presença de diversos órgãos de segurança.
A Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, delimitada pela Funai em 2011, tem sido palco de constantes conflitos entre indígenas e não indígenas. A disputa pela terra, aliada à falta de políticas públicas eficazes, tem gerado um clima de tensão e violência na região.
A criação da força-tarefa é vista como um passo importante para conter a violência e garantir os direitos dos povos indígenas. No entanto, especialistas alertam que é necessário um esforço conjunto de todos os níveis de governo para resolver o problema de fundo, que é a demarcação e a proteção das terras indígenas.