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Do Mapa: Relatório do IPCC reforça necessidade de adaptação do agro a emergência climática

Do Mapa: Relatório do IPCC reforça necessidade de adaptação do agro a emergência climática

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) respondeu à demanda do Gigante 163 sobre o 6º relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC – AR6), divulgado na segunda-feira, 9/8, com previsões ambientais para o mundo caso a temperatura global siga a rota de crescimento. Leia abaixo:

O Brasil é um dos únicos países do mundo capazes de responder simultaneamente a dois dos grandes desafios globais: garantir a segurança alimentar e conservar o meio ambiente. Dessa maneira, a sustentabilidade ambiental, econômica e social têm sido o principal elemento norteador das políticas públicas para o setor na atual gestão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O Mapa atua em torno de três pilares estratégicos: inovação e produção sustentável; ordenamento territorial, com foco na regularização fundiária e ambiental; e inclusão produtiva da agricultura familiar e combate à pobreza rural.

O 6º relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC – AR6) sinaliza, de fato, impactos alarmantes para o setor agropecuário. O documento traz cenários preocupantes de mudanças do clima, evidenciando ainda mais a vulnerabilidade do setor. Ressaltamos que o setor agropecuário é um dos mais vulneráveis à mudança do clima. Cenários de aumento de seca, chuvas mais intensas, aumentos ou diminuição de temperatura podem levar a perdas de produção e comprometer diretamente a segurança alimentar nacional e global, gerando prejuízos socioeconômicos incalculáveis.

Desde 2010, o Mapa vem trabalhando intensivamente nas questões de mitigação de gases de efeito estufa (GEE) no setor agropecuário. Conforme publicação científica da Embrapa, o setor já alcançou as suas metas de mitigação[1]. Deve-se ressaltar que os valores apresentados nesse documento serão revistos, com a atualização das áreas de recuperação de pastagens degradadas. Neste caso, levantamento realizado pela UFG/Lapig.

Além da mitigação, a parceria entre o setor público e privado resultou em produtos certificados, sempre com base científica, como a Carne Carbono Neutro, já no mercado. Nesta, todas as emissões dos animais (que hoje representam a maior parte das emissões do setor agropecuária no Inventário Nacional) são neutralizadas pelas pastagens e pelo componente florestal, no modelo de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) – uma das tecnologias fomentadas pelo Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC) que completou 10 anos em 2020.

Essas tecnologias foram apresentadas ao presidente da COP26, Mr. Alok Sharma, na semana passada, por ocasião da sua visita ao Brasil. O mesmo ressaltou que a agropecuária brasileira tem tecnologias pioneiras em mitigação e sustentabilidade que deveriam ser seguidas por outros países. 

No entanto, apesar do reconhecimento pelo Mr. Sharma dos esforços empregados pelo Brasil, o mundo ainda não tem o mesmo olhar, o que torna nossa atuação ainda mais incisiva nas relações internacionais.

Além de manter todas as tecnologias mitigadoras já fomentadas nos seus primeiros dez anos, o ABC+ Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+ 2020-2030) incluirá novas, que serão colocadas em consulta pública ainda neste mês. O objetivo dessas tecnologias é evitar e mitigar ainda mais as emissões de GEE do setor. Além disso, como já nos seus primeiros dez anos, as tecnologias permitem que o Brasil multiplique a sua produção de alimentos nas áreas já ocupadas atualmente com pastagem, agricultura ou floresta plantada.

O Mapa tem atuado também para que as propriedades rurais sigam as normas definidas pelo Código Florestal – por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR) – e conta com programas que mostram os benefícios da preservação ambiental para a produção agropecuária. Destacam-se, entre outros pontos, acesso a créditos especiais aos produtores que adotam determinadas tecnologias, bem como a previsão de aumento de produtividade.

Os resultados do relatório do IPCC reforçam uma das estratégias fortalecidas no ABC+ –  a necessidade de o setor mitigar e também se adaptar frente aos desafios futuros em termos de emergência climática.

A adaptação é um dos principais elementos estruturantes da política pública. As ações dos próximos dez anos do ABC+ também darão ênfase no aumento da capacidade adaptativa dos sistemas agropecuários frente às mudanças do clima, reduzindo sua vulnerabilidade e garantindo a produção de alimentos a humanidade.

Ainda que a agropecuária tenha um papel considerável para remoção de GEE da atmosfera, seu papel na segurança alimentar, atrelada a sua vulnerabilidade frente às mudanças do clima, deve ser considerado.

Por isso, o ABC+ continuará seus esforços para estimular a adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono, apoiando na mitigação de GEE e também no reforço da melhoria da produtividade e da sustentabilidade ambiental.

[1] https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/plano-abc/arquivo-publicacoes-plano-abc/mitigacao-das-emissoes-de-gases-de-efeitos-estufa-pela-adocao-das-tecnologias-do-plano-abc-estimativas-parciais.pdf

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