Por André Garcia
O fogo já destruiu uma área de 2.1 milhões de hectares no Pantanal este ano, o que, segundo dados atualizados pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ) nesta sexta-feira, 23/8, corresponde a 14% de toda a extensão do bioma.
Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que abrangem o ecossistema, as perdas correspondem, respectivamente, a 494.625 hectares e 1.617.650 hectares. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de janeiro até agora os estados somam 8.390 focos de calor, número 27% maior que o registrado em todo o ano de 2023.
Crédito: LASA/UFRJ
Sob um contexto de seca extrema, a pior dos últimos 70 anos, e ainda sob os efeitos do El Niño, a temporada de incêndios florestais foi antecipada em 2024, fazendo com que os índices da tragédia pantaneira venham aumentando consecutivamente a cada semana desde o início do ano.
Sem controle, o fogo e a fumaça atingem cada vez mais fazendas e já alcançam também empresas, rodovias e cidades, criando um cenário de apocalipse. Na quinta-feira, 22/8, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) interditou a BR-163, entre Coxim e Sonora, devido a um incêndio.
Foto: Reprodução/CBMMS
Na mesma data, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) informou que 12 militares combateram um incêndio florestal na MT-010, conhecida popularmente como Estrada da Guia, em Cuiabá. Ao todo, os profissionais atuam hoje em 23 incêndios florestais em todo o Estado.
Período proibitivo
A estiagem severa e a baixa umidade do ar têm contribuído para a propagação das chamas, que exigem um número cada vez maior de bombeiros , brigadistas e profissionais da segurança na região. Os profissionais contam com apoio de voluntários para combater o fogo e para tentar salvar a vida dos animais, o que já resultou em 569 resgates.
Diante da situação, o CBMMT pede que o período proibitivo seja respeitado. O uso do fogo para renovação de pastagem ou qualquer outra finalidade está proibida até o fim do ano, e que, quem descumprir a lei poderá ser punido com multa e apreensão de bens, além de prisão de dois a quatro anos.
A qualquer indício de incêndio, a corporação orienta que a denúncia seja feita pelos números 193 ou 190.
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