Com seca e queimadas demanda por seguro pecuário cresce 27%

Por André Garcia

A ameaça da seca e o avanço das queimadas aumentaram a necessidade de proteção contra perdas entre os pecuaristas de Mato Grosso, levando a um crescimento de 27,3% no Seguro Pecuário no primeiro semestre deste ano, o que representou faturamento de R$ 4,6 milhões às seguradoras em relação a 2023.

Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o pagamento de indenizações aumentou 329,6%, somando R$ 60 mil transferidos aos produtores que tiveram perdas no período. O Estado concentra o maior rebanho do País, com 34,2 milhões de cabeças, número 9 vezes maior que o de habitantes.

“Com o aumento da incidência de eventos climáticos extremos, proteger o rebanho por meio do seguro se tornou uma necessidade. Essa proteção possibilita que o produtor se recupere mais rapidamente de eventuais perdas”, diz Andréia Padovani, presidente regional do Sindicato das Seguradoras (SINDSEG MG/GO/MT/DF).

A projeção do Índice Integrado de Seca (IIS) do Centro de Monitoramento de Secas e Impactos (Cemaden), alerta para o agravamento da seca em diversas regiões do Brasil, com destaque para Mato Grosso, onde a condição de seca extrema pode se estender a 50 municípios. Em alguns deles, como Apiacás e Colniza, não chove há um ano.

Além disso, o Estado lidera o ranking nacional das queimadas, com 47.189 focos registrados desde o início do ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Como temos mostrado, o fogo vem invadindo propriedades e destruindo maquinários, lavouras e pastagens.

Neste contexto, o vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Fenseg, Daniel Nascimento, explica que o diferencial do Seguro Pecuário é justamente a cobertura para o pasto afetado, garantindo aos criadores a possibilidade de recuperar essas áreas, minimizando os prejuízos.

“Mato Grosso, sendo o maior estado produtor de gado do Brasil, precisa de soluções robustas para proteger seu patrimônio. O Seguro Pecuário não protege só o rebanho, mas todo o sistema de produção, no caso a pastagem, de modo que o produtor tenha condições de se recuperar rapidamente diante de adversidades climáticas”, afirma.