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OMM aponta 2023 como o mais seco para rios do planeta em 33 anos

OMM aponta 2023 como o mais seco para rios do planeta em 33 anosO Rio Araguaia, no Mato Grosso. Foto: Mayke Toscano/ Secom-MT

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Na contramão de outros estados, MT perdeu superfície de água em 2022

Relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado nesta segunda-feita, 7 de outubro, indica que 2023 foi o ano com menor volume de água em rios globalmente nos últimos 33 anos. A publicação aponta que nos últimos cinco anos houve uma redução contínua no nível dos rios, com 45% deles abaixo da média em 2023. As informações são do site Um Só Planeta. 

A OMM aponta um aumento na velocidade do ciclo hidrológico global, associado ao aquecimento global. A secretária-geral, Celeste Saulo, destacou a maior frequência e intensidade de eventos extremos de seca e inundação, resultado da imprevisibilidade no fluxo da água.

“Recebemos sinais de socorro (da natureza) na forma de chuvas cada vez mais extremas, inundações e secas que causam um grande impacto em vidas, ecossistemas e economias. O derretimento do gelo e das geleiras ameaça a segurança hídrica de longo prazo para milhões de pessoas. Ainda assim, não estamos tomando as medidas urgentes necessárias”, disse.

Atualmente, 3,6 bilhões de pessoas enfrentam acesso inadequado à água pelo menos um mês por ano e espera-se que esse número aumente para mais de 5 bilhões até 2050, segundo a ONU.

Brasil no relatório

A OMM destacou em seu relatório as chuvas abaixo do normal na região amazônica, com oito estados experimentando a menor precipitação entre julho a setembro. Neste ano, as condições se mostram ainda mais severas, e a Amazônia enfrenta a pior estiagem em 45 anos, segundo o governo federal.

No país, o número de municípios em estado de seca extrema deve chegar perto de 300 neste mês, revelou o Cemaden, que aponta a região Norte como a de maior área afetada.

“Neste momento, todas as bacias dos afluentes do Amazonas estão com déficit de precipitação, sendo que o rio Negro está em recorde de mínima histórica e segue descendo nas próximas semanas”, afirmou o meteorologista Renato Senna, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).