Por André Garcia
O desmatamento na Amazônia chegou ao seu menor patamar em 10 anos, com 6.288 km² registrados no período de agosto de 2023 a julho de 2024. Os dados são do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram anunciados pelo Governo Federal nesta quarta-feira, 6/10.
Os números também representam redução de 30,63% no desmate em relação ao período anterior, de agosto de 2022 a julho de 2023, a maior queda percentual em 15 anos. No Cerrado, a queda foi de 25,7%.
Na Amazônia, o desmatamento caiu 45,7% nos últimos dois anos, após redução para 9.064 km² de agosto de 2022 a julho de 2023 — período que incluía cinco meses do governo anterior e sete da atual gestão. É a primeira vez desde o biênio 2004/2005 e 2005/2006 que há quedas consecutivas maiores que 25%.
“Isso é compromisso e trabalho em conjunto. O que faz a diferença são as ações de ordenamento territorial e os instrumentos econômicos e regulatórios, não apenas comando e controle”, disse a titular do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva.
Com o resultado, também houve uma redução nas emissões de gases de efeito estufa de 400,8 milhões de toneladas de CO2e por desmatamento na Amazônia e Cerrado em relação ao ciclo 2021/22.
Áreas prioritárias
De agosto de 2023 a julho de 2024, 78% dos 70 municípios considerados prioritários pelo MMA registraram queda do desmatamento.
Em relação aos Estados, as maiores quedas foram em Rondônia (62,5%), no Mato Grosso (45,1%), no Amazonas (29%) e no Pará (28,4%). Apenas Roraima registrou aumento (53,5%).
Comando e controle
De acordo com o Governo Federal, a queda registrada pelo Prodes desde 2023 é resultado, dentre outras ações, da intensificação das ações de comando e controle.
De janeiro de 2023 a outubro de 2024, a média de autos de infração aplicadas pelo Ibama por infrações contra a flora na Amazônia foi 98% maior que a registrada de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. No Cerrado, o aumento foi de 20% ao ano.
Além disso, a redução reflete a retomada da governança ambiental, com a retomada dos Planos de Ação Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, em junho do ano passado, e no Cerrado, em novembro.
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