Esperado desde agosto e adiado diversas vezes, o fenômeno La Niña não deve acontecer até o outono de 2025, ou seja, até março. Essa é a previsão atualizada do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
De acordo com o artigo “Verão no Brasil não terá impacto do La Niña nem do El Niño”, publicado no site Letras Ambientais, não há consistência suficiente para que o La Niña se estabeleça.
A NOAA, principal agência climática dos Estados Unidos, confirmou que o índice ONI, principal indicador do fenômeno, não atingiu o patamar necessário para classificar o evento como La Niña. Mas a agência prevê que o fenômeno, mais fraco e de curta duração, desta vez, ocorra em dezembro ainda.
Para meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, porém , ‘nesse momento, o surgimento de algumas áreas de aquecimento no Pacífico e os resultados de modelos de computador nos dão a confiança de que um La Niña significativo não está previsto para os próximos meses”.
De acordo com ele, para o La Niña se firmar, as temperaturas do Pacífico tropical devem ficar mais frias do que o normal por pelo menos três meses consecutivos, o que não tem acontecido. E pior, o que tem sido observado é algumas áreas de aquecimento no Pacífico.
Impacto na agricultura
Uma das características mais marcantes do La Niña no Centro-Oeste é a irregularidade na distribuição das chuvas. Algumas áreas podem experimentar períodos de seca intensa, enquanto outras podem receber volumes de chuva acima da média. Essa variabilidade pode levar a perdas significativas na agricultura, especialmente para culturas sensíveis à falta ou ao excesso de água.
Em áreas com seca, o risco de incêndios florestais aumenta significativamente, podendo causar danos à vegetação nativa e à biodiversidade.
Um estudo da FAO revela que eventos climáticos extremos, como secas e inundações, causaram perdas de US$ 3,8 trilhões à agricultura global nos últimos 30 anos. Isso equivale a uma perda média anual de US$ 123 bilhões, ou 5% do PIB agrícola mundial.
O relatório destaca ainda que o número de catástrofes anuais aumentou de cem, na década de 1970, para cerca de 400 em todo o mundo nos últimos 20 anos.