O agro brasileiro ganha mais impulso com a Nova Indústria Brasil (NIB). O governo anunciou na terça-feira, 3/12, R$ 546,6 bilhões de investimentos públicos e privados para a Missão 1 da NIB, que tem o objetivo de desenvolver as cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética.
Dos R$ 546,6 bilhões, R$ 250,2 bilhões são de recursos públicos em linhas de crédito, sendo que R$ 198,1 bilhões foram alocados em 2023 e 2024. E R$ 52,18 bilhões estão disponíveis para 2024 a 2026. Já o setor privado prevê investimentos de R$ 296,3 bilhões até 2029.
“Isso se traduz em emprego, renda e sustentabilidade [..] O agronegócio brasileiro tem papel importante para garantir a segurança alimentar no mundo, e a agricultura familiar é fundamental para a produção dos alimentos que estão todos os dias em nossa mesa. A Nova Indústria Brasil, nesse sentido, alia maior coordenação das políticas de financiamento com ações de fortalecimento da nossa cadeia agroindustrial, para agregar mais valor à produção nacional, gerar emprego e aumentar ainda mais a produtividade e a sustentabilidade do nosso campo”, ressaltou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
A cerimônia marcou a inclusão do Banco do Brasil ao Plano Mais Produção (P+P) como novo braço de financiamento da NIB, conferindo, sobretudo, maior coordenação das ações alinhadas à nova política industrial. As linhas de crédito do BB destinadas à NIB somam R$ 101 bilhões, o que elevou os recursos do P+P para R$ 507 bilhões. Além do BB, o Plano Mais Produção disponibiliza recursos por meio do BNDES (R$ 259 bi), Caixa (R$ 63 bi), Finep (R$ 51,6 bi), Banco do Nordeste (R$ 16,7 bi), Banco da Amazônia (R$ 14,4 bilhões) e Embrapii (R$ 1 bi).
Metas aprimoradas
No evento, o ministro Geraldo Alckmin apresentou as novas metas da Missão 1 da NIB para 2026 e 2033, aprovadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). A primeira é a de elevar o crescimento do PIB Renda Agroindústria para 3% ao ano, em 2026, e 6% ao ano, em 2033. Como referência, o PIB Renda da agroindústria em 2023 foi de R$ 761 bi e a média do crescimento de 2019 a 2023 foi de 1,75%.
Reconhecendo a importância do uso de tratores e outros implementos, a segunda meta é de aumentar a mecanização da agricultura familiar para 28%, em 2026, e 35%, em 2033. De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, em 2023, a taxa de mecanização da agricultura familiar alcançava 25%.
Por fim, a terceira meta é aumentar a tecnificação da agricultura familiar para 43%, em 2026, e 66%, em 2033. Tecnificação é o uso de equipamentos e tecnologias agrícolas que vão além da mecanização. Atualmente, 35% dos estabelecimentos são tecnificados.
O CNDI também definiu as cadeias produtivas prioritárias da missão 1, que vão ajudar a impulsionar o setor e a alcançar as metas definidas pelo CNDI. A primeira cadeia vai disseminar o uso da agricultura de precisão, com estímulo à produção nacional de drones.
O governo também quer adensar a cadeia de produção de fertilizantes e biofertilizantes, gerando valor aos produtos nacionais e reduzindo a dependência brasileira desses insumos importados. Além disso, o governo vai fortalecer a produção nacional de máquinas agrícolas e suas partes e componentes.
Novas medidas
Na cerimônia, o presidente Lula assinou decreto criando o Programa Nacional de Pesquisa e Inovação para a Agricultura Familiar e Agroecologia (PNPIAF). O Programa tem como objetivo promover ações de pesquisa e inovação voltadas para a Agricultura Familiar, com ênfase na transição agroecológica, nos territórios, na preservação dos biomas e na sustentabilidade dos agroecossistemas, contribuindo para a segurança e soberania alimentar da sociedade brasileira.
Também foi assinado o acordo de cooperação técnica (ACT) em inovação e mecanização entre o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) para a ampliação do desenvolvimento e acesso a máquinas e equipamentos adequados para a agricultura familiar brasileira.
Além disso, os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) assinaram portaria que institui o Conselho Consultivo do Programa Mais Alimentos, que terá a participação de representantes do governo, de entidades da agricultura familiar.
“O rumo do Brasil é o fortalecimento da agricultura familiar para diversificar a produção de alimentos para atender a diversidade da cultura alimentar do nosso povo, que requer uma produção que só a agricultura familiar tem condições de fazer nessa dimensão”, afirmou o ministro Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira
Alinhados com a meta da missão 1, o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Petrobras assinaram acordo para fortalecer a produção e o desenvolvimento de fertilizantes e insumos para nutrição de plantas.
O acordo prevê a ampliação e modernização de instalações fabris para produção nacional de fertilizantes; capacitação de profissionais; desenvolvimento de tecnologias avançadas; aprimoramento da infraestrutura e logística; transferência de tecnologia; além do desenvolvimento rural sustentável.
Fonte: Com Agência Gov